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OLÁ,

Marca oferece banho, tosa e outros cuidados pet em domicílio

Os tratamentos são feitos por profissionais treinados utilizando o banheiro ou a área comum da residência dos clientes

Por Alice Padilha
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h37 - Publicado em 4 set 2020, 06h00
A fundadora, Aline Lefol, seu maltês Johnnie Walker e o golden retriever Max: paixão pelo mundo pet (Fabrizia Granatieri/Veja SP/Divulgação)
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A empresária Aline Lefol, 35, é tutora de três malteses e sempre foi usuária assídua de serviços pet. No entanto, alinhar o expediente com os banhos das mascotes era sempre uma dor de cabeça, já que os pet shops costumam atender em horário comercial e nos fins de semana as agendas são disputadas. Em 2017, com a popularização do aplicativo Uber, ela decidiu juntar as duas coisas e fundar a Lilu, startup de cuidados pet em domicílio. O nome curtinho, aliás, é o mais usado em animais de estimação ao redor do mundo. Na época, Aline morava em Salvador e decidiu testar a ideia no condomínio em que residia. As ligações logo tornaram-se tão recorrentes que ela pediu demissão do emprego de gerente em uma empresa de tecnologia e se mudou para São Paulo, onde lançou o serviço em julho de 2019.

A marca crescia de maneira constante, mas, quando a quarentena chegou, os quatro sócios ficaram receosos. O impacto, entretanto, foi positivo. A startup cresceu 360% no período e as demandas aumentaram em ritmo acelerado. A receita saltou de 5 000 reais, em março, para 20 000, em julho deste ano. “Acredito que agora, mais do que nunca, as pessoas estão abertas a receber serviços em casa”, avalia Aline. Um novo protocolo de segurança foi adotado pelos colaboradores, que prevê o uso de máscaras e luvas e a retirada dos sapatos antes de entrar na casa dos clientes. O uso de álcool em gel também faz parte da rotina, mas não é necessário ter carro próprio. “Eu recebi por WhatsApp um manual de boas práticas da empresa, relembrando os cuidados necessários para aceitar o prestador em casa. Eu me senti muito seguro, usaram o meu chuveiro para dar banho no Thor e até limparam o lugar depois”, conta o publicitário Guilherme Rosolia, 30. “Ele gosta muito de passear, então, talvez, tenha sido menos divertido, mas com certeza ficou menos ansioso”, avalia.

Guilherme e Thor Rosolia
Guilherme com o vira-lata Thor: menos ansiedade (Arquivo Pessoal/Divulgação)

A Lilu oferta dezenove tipos de serviço e inclui banhos, tosas, tratamentos estéticos, passeios e até adestramento. Entre os mais diferentões estão os banhos clareadores e a hidratação, que branqueiam e suavizam os pelos. Os preços variam de 40 a 250 reais e 65% desses valores ficam com o colaborador. Todos os tipos de bicho são bem-vindos, dos hamsters às cobras. Os bichanos têm alguns tratamentos pensados só para eles, como o banho humanizado. “É uma higienização feita com uma toalha quente, em vez de mergulhar o animal na água. É bem menos estressante para os gatos”, avalia a engenheira eletricista Natália Dutra, 33, que contratou o serviço para sua gata persa, Vivi, de 1 ano. “Antes, eu levava a Vivi em pet shops e ela ficava muito estressada, voltava para cá e se escondia embaixo da cama. Com o atendimento em casa, ela se manteve bem mais tranquila.” Durante a pandemia, os pedidos são aceitos todos os dias, das 9 às 17 horas.

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“Acredito que agora, mais do que nunca, as pessoas estão abertas a receber serviços em domicílio”

Os funcionários são preparados para lidar com animais mais difíceis e agressivos, que são tratados com mais delicadeza e, caso necessário, atendidos com focinheira. Eles também participam de um treinamento específico da plataforma assim que são contratados, quando recebem os produtos e acessórios necessários. “Tudo o que nós precisamos que o cliente tenha é um ponto de água e um de luz. A partir daí, nós nos adaptamos, podemos atender até em áreas comuns de condomínios”, explica Aline. A rotina agradou à tosadora Rafaella Leite, 25, que deixou a vida em pet shops para atuar no aplicativo. “Eu controlo minha agenda e trabalho sem pressão. Faço, no máximo, três atendimentos por dia e tento escolher sempre endereços próximos. As regiões com mais demanda são Morumbi e Moema, mas bairros da Zona Leste, onde moro, estão começando a aparecer”, conta. Ela afirma ganhar 2 000 reais por mês e acredita que o valor poderia ser maior caso aceitasse mais pedidos por dia. “Sempre que surge uma dúvida eu logo pergunto para as meninas (da empresa) por WhatsApp, e elas são bem pacientes”, avalia.

Natália Dutra e Vivi
Natália e a gata persa Vivi: mais tranquila com o atendimento em casa (Arquivo Pessoal/Divulgação)
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Além dos serviços pontuais, a marca oferece três tipos de hospedagem. A opção de estadia na casa de uma “babá”, por 60 reais o dia, é uma boa para quem vai viajar, mas também é possível deixar o pet sob cuidados só durante o horário comercial — uma espécie de creche que custa 50 reais. Por último, há as visitas programadas na casa do tutor para manutenção do espaço, por 40 reais. Especificamente nesse caso, há descontos para famílias com mais de uma mascote — no segundo, o preço cai pela metade. A condição, porém, não se aplica para outros produtos.

A startup foi selecionada para o elenco do reality show de empreendedorismo Rocket, da RPC, afiliada da Globo no Paraná. As gravações serão realizadas neste semestre e devem ir ao ar no fim do ano. O investimento de 100 000 reais já foi compensado pelo faturamento, de 200 000 em catorze meses de atuação. Para o ano que vem, além de expandir o negócio para outras capitais brasileiras, Aline planeja estender os horários de atendimento e lançar o programa Lilu Now para quem precisa de ajuda imediata, sem necessidade de agendamento.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 9 de setembro de 2020, edição nº 2703.

 

 

 

 

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