Mediar confusões, ouvir pedidos estapafúrdios, ficar submetido a horas de som aos berros e servir de confidente a gente que tomou vários tragos a mais. Essas são algumas das funções executadas por promoters, garçons, seguranças, músicos e outros profissionais que trabalham na noite paulistana. Segundo o Sinhores, o sindicato patronal do setor, existem 12 500 restaurantes e 15 000 bares na capital. Com faturamento de cerca de 5 bilhões de reais em 2012, o segmento vem crescendo a uma média de 20% ao ano. Se, por um lado, aumentou a oferta de emprego para novatos na área, por outro, aqueles com anos de estrada também passaram a ser mais valorizados.
“Graças a essa experiência, eles mantêm uma postura mais elegante mesmo em situações difíceis”, entende a psicóloga Andressa Bianchi, que atua no programa de empregos do Sinthoresp, o sindicato de trabalhadores do setor. Em um ambiente de alta rotatividade, responsável por gerar 780 000 empregos, destacar-se é tarefa árdua. “Além de possuir vocação para o negócio, é preciso gostar de servir, entreter, agir com confiança e ter atitude positiva diante de conflitos”, diz o professor Celso dos Santos Silva, diretor da Associação Brasileira das Entidades e Empresas de Gastronomia, Hospedagem e Turismo. Nas próximas páginas, contamos histórias de alguns dos veteranos — do segurança rockabilly à faxineira com status de celebridade. Confira os perfis abaixo:
+ Elizeu Storion, 63 anos, pianista no Terraço Itália
+ Sula Dantas, 50 anos, faxineira do Hot Hot
+ Alisson Gothz, 36 anos, performer em boates
+ Alexandre Souza, 44 anos, segurança do Astronete
+ Vivi Flaksbaum, 54 anos, promoter do clube D-Edge
+ Antônio Cavalcante, 52 anos, garçom do Elidio Bar