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OLÁ,

Largo da Batata vira palco de casamento

Noiva faz parte de coletivo que promove atividades no local. Confira como foi a cerimônia.

Por Juliana Deodoro
Atualizado em 12 nov 2018, 18h09 - Publicado em 21 mar 2015, 16h15
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_DAN8400 (Ricardo Dangelo/VEJASP/)
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“É um casamento? No Largo da Batata? Só podem ser hippies”, decretou a esteticista Aparecida da Silva, minutos antes de a noiva surgir de bicicleta na rua lateral da praça, sob aplausos das cerca de 150 pessoas que a esperavam ansiosamente. A cerimônia havia sido marcada para as 19h de sexta-feira (20) e já passavam das 21h quando ela chegou para subir ao altar coberto de flores e montado menos de uma hora antes. O atraso, típico de quem vai se casar, teve apenas uma culpada: a chuva, que caiu no fim da tarde e impediu que decoração, comida e som fossem montados.

Enquanto a arquiteta Laura Sobral, a noiva, chegava em uma bike dupla -dividida com pai-, o noivo, o músico Leonardo Bianchini, tocava tambor ao lado de amigos. Durante a cerimônia, os padrinhos jogaram em uma fogueira diversas ervas que simbolizavam desejos para o casal. Alecrim para o amor, manjericão para frescor e cravo da Índia para que atravessassem oceanos um pelo outro. À celebração, somavam-se sons típicos da praça: canções de forró vindas de um bar, o alarme de um carro estacionado e apitos de um catador de latinhas.

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Realizado nesta sexta-feira (20), o casamento foi o 60º evento organizado pelo grupo A Batata Precisa de Você, que há cerca de um ano desenvolve atividades no Largo de Pinheiros, na Zona Oeste da capital. Laura é umas das fundadoras do coletivo, formado por moradores da região e pessoas preocupadas com a ocupação do espaço público na cidade. Por isso, a escolha do local para o casamento que foi realizado com a colaboração de amigos em pouquíssimo tempo. “A organização começou há menos de um mês. Fizemos uma reunião presencial, nos dividimos em três grupos e passamos a nos falar por Facebook”, conta a amiga e uma das responsáveis pela comida, Katia Mine, de 31 anos.

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“Ao longo do tempo, viemos cultivando uma vontade autoral de criar um novo mundo. Criamos tantas ferramentas aqui no Largo, por que não poderíamos inventar a nossa própria cerimônia?”, refletiu o noivo, Leonardo Bianchini. O casamento civil aconteceu poucas horas antes em um restaurante e foi restrito para a família. No Largo da Batata, juntaram-se amigos e curiosos, que se animaram com a proposta. “Vou propor para meu ‘namorido’”, disse a professora Vânia Meira, de 50 anos.

Ao fim da cerimônia, Laura jogou o buquê e a festa começou. Apesar do som, da quantidade de pessoas e da mesa de doces houve poucos penetras. Ao contrario, a vida seguiu inormalmente no resto da praça, com grupos de amigos bebendo, namorados se beijando e jovens lendo livros. 

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