Lancha de luxo está encalhada há uma semana no Litoral Norte
Embarcação de bailarina paulistana sofreu acidente na Ilha Montão de Trigo no último sábado (4)

Desde o último sábado (4), uma lancha de luxo Ferretti 530 chamada Malta está presa entre pedras na costa da Ilha Montão de Trigo, a 10 quilômetros de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo.
Um modelo do tipo pode chegar a custar 3,5 milhões de reais, dependendo do ano de fabricação, de acordo com especialistas do setor.
A embarcação pertence à bailarina Vera Lafer, figura conhecida na sociedade paulistana – em 2012, ela foi homenageada na Câmara de Vereadores de São Paulo por sua contribuição à cultura e à arte.
Vera também foi uma das criadoras do Studio3 Espaço de Dança, para formação e aperfeiçoamento de bailarinos. Em 2014, ela participou do espetáculo Paixão e Fúria – Callas, o Mito – uma homenagem à mítica cantora lírica americana Maria Callas (1923-1977). A montagem passou pelo Teatro Sérgio Cardoso, além de apresentações em Milão e Paris.
Segundo nota enviada pelo filho de Vera (confira abaixo, na íntegra), o advogado Francisco Lafer Pati, o barco estaria sendo pilotado por dois marinheiros no momento da colisão. Uma das causas apontadas o acidente seria o mau tempo.
Uma consultoria especializada em resgate foi contratada para realizar a remoção do veículo – isso ainda não teria ocorrido por causa da localização do encalhe e devido ao mau tempo na região.
A presença do barco tem incomodado moradores da ilha, que reclamam de vazamento de óleo e outros danos ambientais.
Essa versão foi descartada pela prefeitura de São Sebastião. Segundo apontamento de técnicos da Secretaria de Meio Ambiente, a mudança de cor na água seria resultado do fenômeno natural chamado ‘maré vermelha’, que consiste no acúmulo de algas microscópicas na água.
Ainda assim, a Capitania dos Portos de São Sebastião coletou amostras de óleo na região para análise. O laudo deve ser liberado nos próximos noventa dias. Ao final da investigação, dependendo do resultado, o proprietário pode ser punido com multa.
O acidente
A lancha colidiu com as pedras na ilha na noite de sábado (4), por volta das 20h30. “Eu vi o barco todo em cima das pedras, a gente encostou, perguntou para o marinheiro e ele disse que tinha sido burrice do outro. Os dois estavam apavorados, saíram num botinho, entraram num outro barco e pegaram carona para Bertioga”, conta o pescador Adilson de Almeida Oliveira, de 43 anos. “A ilha sofreu um dano, isso é um crime ambiental, isso prejudica os moradores, 62 pessoas [aqui] vivem da pesca.”
Segundo a Capitania dos Portos, a Marinha esteve no local, assim como o Corpo de Bombeiros, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e a Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Confira a íntegra da nota enviada sobre o caso:
Francisco Lafer Pati esclarece que a “Embarcação Malta” encalhada entre as pedras na Ilha Montão de Trigo, na região do litoral norte de São Paulo, após acidente ocorrido no último sábado (04/11), não é de sua propriedade. A lancha pertence a Vera Lafer.
No momento do acidente, a embarcação era tripulada apenas por dois marinheiros, que tentaram desencalhar a lancha. No entanto, em virtude das condições climáticas e da posição da embarcação (presa nas rochas), os profissionais optaram por seguir de bote até a praia mais próxima e solicitaram ajuda, preservando a própria segurança.
A proprietária do barco já contratou uma consultoria especializada em resgate e laudo ambiental, para que a remoção da lancha seja feita de forma adequada e sem impacto ao meio ambiente. As autoridades competentes também foram acionadas para acompanhamento da retirada, que não foi executada em função da localização do encalhe e devido ao mau tempo na região.