Justiça nega habeas corpus para jovem que matou três em marginal
Talita Sayuri Tamashiro, 28, está detida na penitenciária em Tremembé desde a segunda-feira (2); defesa vai recorrer da decisão

A Justiça de São Paulo negou nesta quinta (5) um pedido de habeas corpus para a vendedora Talita Sayuri Tamashiro, 28 anos. Presa em flagrante por homicídio doloso e embriaguez ao volante, ela responde pela morte de três pessoas na Marginal Tietê. Os advogados irão recorrer da decisão.
A defesa considera a colisão homicídio culposo (sem intenção de matar) e sustenta que a prisão preventiva é desproporcional e causa constrangimento à Talita, que não possuía antecedentes criminais, trabalhava e tinha residência fixa.
Para o advogado Eduardo Siano, a sentença foi motivada por um “clamor social e midiático”. Ele e o colega Alexandre Bomfim sugeriram ainda outras medidas cautelares, como pagamento de fiança ou restrição de horários.
A sentença do juiz Newton Neves, da 16ª Câmara de Direito Criminal, negou que tenha havido constrangimento, já que a ré confirmou estar alcoolizada e usando o celular ao volante, assumindo então o risco de causar um acidente fatal.
A prisão preventiva foi decretada no domingo (1º) e Talita foi transferida no dia seguinte para a Penitenciária Feminina de Tremembé, no interior. Caso condenada em natureza dolosa (neste caso em dolo eventual, quando se assume o risco de matar), ela pode passar até trinta anos na cadeia.
O caso
Moradora da Zona Norte e vendedora em uma concessionária de veículos, Talita havia saído da balada Villa Mix, na Vila Olímpia, quando bateu em uma BMW preta estacionada no acostamento da Marginal Tietê, altura do número 3000, para uma suposta troca de um pneu. O caso aconteceu na madrugada do último sábado (30).
Na colisão, atropelou o fisioterapeuta Raul Fernando Nantes Antonio, 48, a auxiliar administrativa Aline de Jesus Sousa, 28, e a gerente de estacionamento Vanessa Lopes Relva, 28. Os três morreram na hora.
Ela estava com a carteira de motorista suspensa desde junho com 36 pontos (o limite é vinte), e confirmou ter ingerido álcool. Um teste de bafômetro acusou a presença de 0,48 miligramas de álcool por litro de ar em seu corpo, o que equivale a três taças de vinho.
Segundo o boletim de ocorrência, a moça também manipulava o celular no momento – ela própria disse isso aos policiais. A defesa nega e diz que “ela apenas ligou o aplicativo Waze de rotas de tráfego na saída da balada”.