Justiça determina que metrô funcione com contingente mínimo na greve

O TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) determinou que os metroviários trabalhem com um contingente mínimo durante a greve programada para ocorrer a partir da próxima quarta (27). A decisão da Justiça atendeu a pedido cautelar feito pela Companhia do Metropolitano e prevê que 100% dos trabalhadores atuem nos horários de pico – das 6h às 9h e das 16h às 19h – e 70% nos demais períodos.

A ordem partiu do desembargador Mauro Vignotto, que apreciou o pedido do metrô nesta quinta (21). O magistrado estipulou em 100 000 reais a multa diária em caso de descumprimento da decisão. Na ação, o metrô alegou que os sindicatos decidiram pela greve antes do término das negociações e estariam participando de ações que descumprem normas de segurança da empresa.

+ Assembleia decide por greve dos metroviários na próxima quarta (27)

Na decisão, o desembargador considerou o caráter essencial dos serviços, além de ter ponderado que a motivação da greve anunciada não envolveria mora salarial nem descumprimento de obrigação contratual pelo metrô. Caso ocorra interrupção nos serviços, a multa deverá ser revertida a alguma entidade a ser indicada pelo TRT-2.

Reajuste

Os metroviários decidiram pela greve na noite de quarta (20) em assembleia da categoria. Os trabalhadores criticam a proposta de reajuste salarial apresentada pela companhia, que é de 7,21%. A categoria pede por mais de 17%, entre compensação de inflação e aumento real.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta (21) que negocia para evitar uma paralisação dos funcionários do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). “A greve só prejudica a população e quem mais precisa para trabalhar. Faremos o possível para não ter greve”, disse.

Segundo Alckmin, a categoria teve reajuste real nos últimos quatro anos e que a média salarial da categoria é de 5 237 reais. “O Metrô e a CPTM estão permanentemente negociando e já fizeram uma oferta em relação à reposição inflacionária”, disse.

O TRT informou que a determinação de frota mínima circulando não atinge os ferroviários, que também optaram por greve na mesma data. Nova assembleias da categoria estão programadas para a véspera da paralisação, na terça (26).