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OLÁ,

Jovem baleado por policiais durante manifestação deixa o hospital

Fabrício Proteus Chaves recebeu alta da Santa Casa na última segunda (10). Segundo advogado, jovem não mexe o braço direito e respira com muita dificuldade

Por Redação VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 15h16 - Publicado em 11 fev 2014, 13h26
fabricio proteus policia
fabricio proteus policia (Reprodução/TV Estadão/)
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Após dezesseis dias internado na Santa Casa de Misericórdia, Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, recebeu alta na última segunda (10), às 17h. Segundo o defensor público Carlos Weis, que presta serviço à família, o jovem ainda não mexe o braço direito, por conta do tiro próximo ao ombro, e respira com dificuldade, devido a grande quantidade de sangue que se alojou em seu pulmão, decorrente das fortes hemorragias sofridas. O advogado acrescenta ainda que Fabrício irá prestar um novo depoimento na próxima semana.

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A equipe médica que atendeu o jovem afirma que uma das balas atingiu a parte interna da coxa esquerda. Por causa do ferimento, foi preciso remover um dos testículos. O outro projétil ficou alojado próximo à clavícula e provocou uma hemorragia interna. De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, o estado de saúde do rapaz não foi divulgado por “sigilo médico” e não há informações sobre sequelas. O rapaz levou dois tiros de policiais militares no dia 25 de janeiro, durante uma manifestação contra a realização da Copa do Mundo no Brasil.

Depois de permanecer em estado grave por cinco dias, Fabrício deixou a UTI do hospital no dia 30 de janeiro. Logo que acordou do coma, prestou depoimento ao delegado Luciano Pires, responsável pela investigação do caso, acompanhado do defensor público Carlos Weis, que presta serviço à família, além do irmão e uma prima do jovem. Na ocasião, ele afirmou que recebeu o primeiro tiro antes de apontar um estilete contra os policiais que o perseguiram.

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Segundo Weis, Fabrício também contou que os artefatos explosivos encontrados pela PM em uma mochila pertenciam, na verdade, a Marcos Salomão, amigo que foi abordado junto com ele naquela noite. Pela versão, os dois teriam sido parados pelos policiais na Rua Consolação de forma violenta. Por saber que o companheiro estava com o material inflamável e também uma chave de grifo (ferramenta) na mochila, Fabrício teve medo de ser preso e, por isso, correu.

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Relembre o caso

Fabrício foi atingido por dois tiros na Rua Sabará, em Higienópolis, durante a manifestação que terminou em depredação e 146 pessoas detidas no dia 25. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra o rapaz correndo e sendo seguido por dois policiais.

 

Em determinado momento, Fabrício para e um dos policiais é derrubado. O jovem cai em cima do policial. Ainda consciente, ele se senta no chão e é cercado por três PMs. Em seguida, se levanta, dá mais alguns passos, e volta a cair. Não é possível precisar em que momento ele é atingido ou se segurava algo em suas mãos. A polícia afirma que, durante a perseguição, o rapaz tentou agredir os oficiais com um estilete e confirma que os policiais atiraram três vezes contra o jovem. Em seguida, os próprios PMs o levaram até o pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia, em Santa Cecília.

O caso está sendo investigado pelo 4º Distrito Policial (Consolação) e pela Corregedoria da Policia Militar. O delegado encaminhou o material que estava com Fabrício para perícia, que já esteve no local e pediu uma análise balística dos policiais envolvidos.

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