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OLÁ,

Jornalista criou agência de notícia para infomar sobre aids

Projeto nasceu depois que Roseli Tardelli perdeu um irmão que tinha a doença

Por Jussara Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 15h20 - Publicado em 3 jan 2014, 16h08

Com passagem na Rádio Eldorado e na mediação do programa Roda Viva, da TV Cultura, a jornalista Roseli Tardelli não pensava em uma vida fora das grandes redações há duas décadas. Uma tragédia familiar mudou o rumo de sua carreira. Em 1994, seu irmão, o tradutor Sérgio Tardelli, morreu de aids. Na época, Roseli e os parentes se envolveram em uma batalha jurídica para obrigar o plano de saúde a bancar o tratamento médico — até uma manifestação foi realizada no centro. “Fiquei com um vazio muito grande e depois de um tempo o jornalismo tradicional passou a não fazer mais sentido”, lembra ela. Assim, em 2003, Roseli criou a Agência Aids (www.agenciaaids.com.br), especializada em divulgar informações sobre a síndrome e orientar o trabalho da imprensa. “Transformei minha dor em ação. Mas nem por isso dói menos”, afirma. Sua história foi narrada recentemente no livro O Valor da Vida (Editora Senac, 171 páginas, 25 reais), escrito em parceria com Cristina Sant’Anna.

Atualizado diariamente por uma equipe de seis pessoas, o portal divulga notícias, pesquisas e denúncias, como a paralisação de programas de prevenção. Um glossário também orienta jornalistas a escrever sobre o tema. Quando aparecem termos considerados inadequados, como “aidético” (o correto é soropositivo ou portador de HIV), é pedida uma reparação à publicação. “A imprensa ajuda, mas também cria preconceitos”, diz ela, lembrando as primeiras manchetes de jornal do começo dos anos 80, que tratavam a aids como “câncer gay”. Com um orçamento mensal de 30 000 reais, o projeto é mantido com financiamento privado e do governo estadual. O sucesso levou Roseli a abrir há cinco anos em Moçambique a Agência Sida (como a síndrome é chamada em Portugal e outros países lusófonos). Seu trabalho também pode levar parte do crédito pela melhora nos indicadores da síndrome na capital paulista. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de incidência em 2012 foi de 19,3 casos para cada 100 000 habitantes, 60% a menos que o registrado em 1998. “Se eu conseguir que uma pessoa leia o portal e use camisinha, terei contribuído”, afirma Roseli.

Nome: Roseli Tardelli

Profissão: jornalista

Atitude transformadora: fundou uma agência de notícias especializada em divulgar informações sobre a aids

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