Jean Wyllys confirma cuspe e diz que não se arrepende
Deputado afirmou que revidou após ofensas homofóbicas feitas por Jair Bolsonaro
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) confirmou ter cuspido na cara de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em resposta a um insulto durante a votação e disse não se arrepender do gesto. “Na hora em que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarra meu braço. Ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece”, explicou Wyllys.
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O parlamentar do PSOL afirmou ter sido chamado de “veado”, “queima-rosca”, “boiola”, entre outras ofensas homofóbicas. “É o mínimo que merece um deputado que “dedica” seu voto a favor do golpe ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército durante a ditadura militar. Não vou me calar e nem vou permitir que esse canalha fascista, machista, homofóbico e golpista me agrida ou me ameace”, disse Wyllys.
“Ele cospe diariamente nos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Ele cospe diariamente na democracia. Ele usa a violência física contra seus colegas na Câmara, chamou uma deputada de vagabunda e ameaçou estuprá-la. Ele cospe o tempo todo nos direitos humanos, na liberdade e na dignidade de milhões de pessoas”, continuou.
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Indagado se teria sido se arrependido do gesto, ele respondeu: “De jeito nenhum. Eu cuspiria na cara dele quantas vezes eu quisesse e quantas vezes tivesse vontade”. O deputado disse não temer um processo por causa do gesto. “Processo merece quem é machista, que é a favor da violência, quem defende a memória (do coronel Carlos Alberto) Brilhante Ustra, um torturador. Isso deveria escandalizar vocês, não um cuspe na cara de um canalha”, justificou.
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Mais cedo, Jean Wyllys já tinha discutido no plenário com o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), membro da bancada evangélica. O parlamentar carioca disse que Feliciano deveria assumir sua homossexualidade. O deputado paulista retrucou.
Cunha
Wyllys não foi o único a criticar o presidente da Câmara. Pouco antes, o também deputado do PSOL Glauber Braga disse que Cunha é um “gângster”, se dirigindo diretamente para a Mesa Diretora da Casa.
“O que dá sustentação à sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca escolheram o lado fácil da história.” Ele citou nomes de políticos como Carlos Marighella, morto em 1969 pelo regime militar, para votar não.
A Casa, mais uma vez, foi tomada por gritos de “Fora, Cunha!”. Outra parlamentar a criticar diretamente Cunha durante o seu voto foi Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Primeiro, quero registrar minha indignação, deputado Eduardo Cunha, por ainda vê-lo sentado nessa cadeira, sem reunir condições morais para isso. Segundo, a minha indignação de vê-lo abraçado com um traidor da democracia, que é o vice-presidente Michel Temer.”