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“Fui vítima de extorsão centenas de vezes”, afirma Ivan Leão

Vice da candidata Joice Hasselmann (PSL) tem firma de regularização imobiliária e diz que nunca pagou propina para passar projeto

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h28 - Publicado em 2 out 2020, 00h43
Ivan Sayeg (PSL), vice de Joice Hasselmann (PSL): "sou de uma geração que tinha a expectativa de ver a cidade evoluir, mas ela acabou se degradando". (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Herdeiro da Casa Leão Joalheria (sua irmã, Lydia Sayeg, participou do reality show Mulheres Ricas, da Band), o empresário Ivan Leão Sayeg Filho, 56, é dono de uma firma de regularização imobiliária e disse ter sido vítima de tentativa de extorsão centenas de vezes. Os autores: funcionários da prefeitura. Como vice-prefeito, afirma que pretende levar gente nova para a gestão pública e ficar “vigilante”.

O senhor conhece bem a cidade? Mora onde?

Moro na Vila Leopoldina. Nasci em Alto de Pinheiros. Conheço muito a cidade. Sou de uma geração que tinha a expectativa de ver a cidade evoluir, mas ela acabou se degradando. São Paulo é uma cidade que foi acontecendo. Diversas comunidades em situação péssima.

Como pretende atuar em uma futura gestão do PSL na cidade?

Posso puxar mais de uma pasta para mim. Zeladoria, limpeza, semáforos, iluminação. Tenho uma empresa de facilities, onde atuo desde 2001. Faço toda a parte de alvará na prefeitura. Aprovação de obras, reformas, licenças. Toda a parte regulatória para deixar o imóvel 100% regular.

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Essa área é uma das mais suscetíveis a corrupção. Já foi alvo de extorsão ou pedido de suborno?

Centenas. O tempo todo. Virou um balcão de negócios. Eles estabelecem preços. Você respeita as leis, entra com a papelada bonitinho, protocola direitinho, paga as taxas e o processo fica dormindo um, dois anos. Faz ideia do que é isso?

Ivan Sayeg e Joice Hasselmann
(Veja SP/Veja SP)

Já pagou propina para ver o projeto ser liberado?

Não, nunca, e cheguei a perder clientes por causa da demora.

Chegou a fazer denúncias?

Não, não tinha experiência.

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Vamos dar nomes aos bois?

Isso não posso fazer. O que posso fazer: se eleito, nós vamos combater com muita força.

De que forma?

Trazendo gente nova para a administração. Gente jovem e gente nova. Obviamente existem outras formas de combater. Ficar vigilante é uma delas.

Vai atrás dessas pessoas que o extorquiram? E se elas ainda trabalharem na prefeitura?

A gente não tem de fazer caças às bruxas. A pegada não é essa. Mas podemos criar um disque-denúncia que funcione.

Qual o melhor prefeito da história de São Paulo?

Que pergunta difícil: não teve ainda. Vai ter agora e será a Joice.

Na última eleição, o senhor fez o voto “Bolso-Doria”?

Votei no Bolsonaro, acreditei nele. Sobre o Doria, prefiro não responder.

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Sua irmã postou recentemente uma foto do senhor atirando com uma arma, em um clube de tiro. Era uma metralhadora? O senhor tem porte? Anda armado?

Já tive porte no passado distante. Aquilo não era uma metralhadora, era uma carabina, de tiro único. Gosto de atirar, sempre gostei. Meu pai gostava muito. Tínhamos coleção de armas, só tiro esportivo. Gosto muito de atirar. Foi a primeira vez que usei a carabina.

Sua irmã também gosta. Tem a ver com o assalto à casa de sua família há alguns anos? Ficou algum trauma?

Imagina uma senhora de 80 anos passando pela situação. Ela teve síndrome do pânico. Sim, claro que gerou trauma, mas para quem estava lá. Não vivi aquela situação.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 7 de outubro de 2020, edição nº 2707.  

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