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OLÁ,

“Foi um incêndio difícil”, diz bombeiro ferido

Capitão Marcos Palumbo foi um dos homens internados após o combate ao fogo

Por Redação VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 15h25 - Publicado em 3 dez 2013, 11h56
Incêndio - Memorial - Corpo de Bombeiros
Incêndio - Memorial - Corpo de Bombeiros (Alberto Takaoka/Corpo de Bombeiros/)
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Após ser ferido no incêndio que destruiu o auditório Simón Bolívar na última sexta-feira (29), o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, já estava de volta à ativa nesta terça (3), no desabamento de um prédio em Guarulhos, na Grande São Paulo. Integrante da assessoria de imprensa da corporação, o capitão foi destacado para combater o fogo no Memorial da América Latina na sexta e disse que as dimensões do caso pegaram os bombeiros de surpresa e que foi necessário ter calma para fugir.

“Foi um incêndio difícil. A própria característica construtiva e arquitetônica do local previa que algumas coisas pudessem acontecer ali dentro. O flash over (fenômeno que acontece quando uma alta concentração de gases combustíveis entra em contato com oxigênio) pegou de surpresa os 12 bombeiros que estavam lá dentro”, contou. Segundo ele, o sistema de hidrantes do Memorial da América Latina deixou de funcionar por causa da falta de energia que atingou o local pouco antes do fogo, dificultando ainda mais o trabalho.

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Quando os oficiais entraram, brigadistas estavam dentro do auditório tentando combater o fogo. “Era nossa obrigação entrar lá, era nossa obrigação manter a cultura da América Latina, cuidar do patrimônio. Nossa profissão é de risco, mas eventos que acontecem durante o incêndio são imprevisíveis.” No caso do Memorial, os bombeiros foram pegos de surpresa quando o fogo impossibilitou que saíssem pelas rotas de fuga pré-estabelecidas. Com isso, os oficiais tiveram de quebrar vidraças para sair, abandonando alguns equipamento de segurança. 

Pelo menos 12 bombeiros ficaram feridos e três deles permaneciam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas na manhã desta terça. Um oficial que também estava na UTI foi transferido para o quarto. Segundo o capitão Palumbo, os bombeiros foram tratados com os mesmos medicamentos usados em algumas vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. Apesar de ser proibio pela Anvisa, o antídoto contra o gás cianeto é fundamental para ajudar pessoas que inalaram gases em incêndios.

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Programação

A Fundação Memorial vai contratar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)  para realizar o laudo sobre os efeitos do incêndio e técnicos farão uma inspeção ainda nesta semana. O estudo servirá para orientar quais intervenções emergenciais serão feitas.

Enquanto isso, a programação do Memorial segue agendada, sem muitas modificações.Exceto o que estava programado para o espaço atingido pelo fogo, todos os outros espaços seguem com suas atividades normalmente.

O concerto da Banda Jovem do Estado de São Paulo, que aconetceria no final de semana (sábado e domingo a partir de 19h)  no auditório Simón Bolivar, será realizado ao ar livre, na Praça Cívica do Memorial da América Latina, com entrada livre para o público em geral. As atividades do Pavilhão da Criatividade, da Biblioteca Latino-Americana Victor Cívica, da Galeria Marta Traba e do Circo Paratodos permanecem.

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