Cursos, encontros virtuais, empreendedorismo, lives, peças, shows, bate-papos, mudanças de comportamento e novos desafios fizeram parte da quarentena da turma acima dos 60 anos. Considerados grupo de risco pela OMS, eles somam no país 28 milhões de indivíduos. Um levantamento realizado pela MindMiners, empresa especializada em pesquisar hábitos de consumo, e pela consultoria de marketing Hype50+, mostrou que 89% dos entrevistados acima dessa faixa etária se preocuparam em manter a mente ativa a fim de reduzir o impacto emocional. Muitos passam longe da figura fragilizada que sugere o rótulo. Eles deram um jeitinho de não parar de trabalhar, mantiveram o isolamento social — mais ou menos restrito — e quebraram os estigmas da idade. VEJA SÃO PAULO conversou com alguns deles sobre as adaptações, realizações e rotina dos últimos atípicos nove meses.
YOUTUBER QUASE OITENTÃO
Assim que foi decretada a quarentena, o escritor Pedro Bandeira, de 78 anos, e sua mulher, Lia, foram para a chácara em São Roque e de lá não pretendem arredar pé até que saiam as duas doses da vacina. Mas o isolamento não significou muito descanso. “Só transferiu a demanda do presencial para o virtual, o que foi bom porque estava cansado de pegar avião. Vale ressaltar que eu adoro tecnologia”, conta. Conhecido pelas palestras para lá de engraçadas, Bandeira aderiu às lives com escolas, professores e estudantes e se dispôs a oferecer aulas on-line. Em média, são quatro encontros por semana. “Para um australopitheco afarensis como eu, no começo foi atrapalhado, mas sempre tem alguém mais jovem ao lado para ajudar”, diz ele. “Tive oportunidade de conversar com professoras e bibliotecárias da rede pública, o que não aconteceria de outra forma. Ouvi as histórias mais emocionantes.”
Bandeira resolveu entrar nas redes sociais e se dedica a um canal no YouTube. Da biblioteca da sua casa, gravou uma sequência de vídeos que deve ser publicada ainda neste mês. Ele explica de forma descontraída quais são as leituras indicadas para cada faixa etária da criança, da gestação à adolescência. “Meu filho comprou equipamentos como o refletor haze e um teleprompter pequeno, maravilhoso por sinal”, diz. Na sua nova rotina dos últimos meses, anda devendo para a leitura: tem optado por séries na Netflix e aposta no jogo de xadrez com um amigo via WhatsApp. Pelo aplicativo, também cuida dos trâmites para finalizar um livro infantil. A dificuldade maior nesse caso são as conversas e debates, que demoram mais. “Seria resolvido mais facilmente se estivéssemos um ao lado do outro”, diz. A falta de contato com o desconhecido, segundo ele, também é sentida. “Aquele garoto no fundo da sala quietinho pode ser personagem de um livro”, conta. “Uma vez, um deles veio me perguntar muito sério: ‘Pedro, o que é felicidade? Faz falta esse alimento.’”
EMPREENDER PARA VIVER BEM
A mudança de trajetória do empresário Carlos Alberto Barbosa, de 81 anos, vinha de antes da pandemia. No ano passado, criou uma consultoria personalizada para ajudar a turma acima dos 45 anos a tirar seus projetos do papel. “A partir dessa faixa etária, se está desempregado, dificilmente vai conseguir se recolocar. A saída é empreender”, diz. Proposta pronta, faltava colocá-la na rua para os clientes. Porém, veio a pandemia e a proibição de bater perna. “Uma das minhas filhas, que é médica, me tirou a chave do carro e as duas controlaram as nossas saídas”, conta.
Impossibilitado de gastar sola de sapato, como gosta de fazer, redirecionou a empreitada para o virtual. “Bolei um teste gratuito que possibilita ao empreendedor decidir qual o melhor negócio para ele e sua viabilidade, indicando estudos a ser feitos.” Se ele precisar de mais ajuda no final, poderá contratar os serviços, com facilidade de pagamento. “Percebi que muitos amigos estavam ficando doentes quando desocupados, e a gente não pode parar”, diz. Além de se dedicar aos estudos dos casos, ajuda a esposa, Laura, com as tarefas cotidianas, mas ainda sente falta da pizza e do chope com os amigos. “O mais mocinho lá tem 65 anos e infelizmente perdemos três para o coronavírus.”
TEATRO NO HOME OFFICE
Neste fim de semana, acontecem as duas últimas apresentações da comédia Novo e Normal. Em vez das coxias e do palco, os atores estão em casa — cada um na sua, na Flórida, no Rio e em São Paulo, e o espectador pode acompanhar pela plataforma da Sympla. A obra traz histórias de quatro casais, de idades diferentes, que vivem momentos inusitados na pandemia. “Faço com a Suely Franco um casal que se separou e é obrigado a ficar junto”, diz o ator Sérgio Mamberti, de 81 anos. Ele usa o celular (de três anos) para fazer a transmissão. Todos os ensaios foram feitos on-line. “Não considero teatro, porque precisa da plateia ao vivo e presente, mas é uma linguagem a ser explorada.”
Esta foi só uma das peripécias do ator durante esses nove meses isolado. Improvisou na sua própria casa vários cenários e fez apresentações para Sesc, Biblioteca Mário de Andrade e Teatro Sérgio Cardoso. Entre os destaques estão o monólogo O Homem do Caminho, de Plínio Marcos, e duas abordagens de Poemas e Canções, de Federico García Lorca. “A do Plínio, eles mandaram uma equipe reduzida, com todo mundo equipado”, conta. “Tivemos uma câmera em movimento: eu descia a escada da casa e entrava no hall, então, precisava das marcações”, completa. Também foram usados a sala de almoço e o escritório, onde ficam suas colagens, trabalho ao qual se dedica há mais de dez anos. “Meti as caras, viu? É uma mudança radical, porque eu não mexo no computador, me confundo todo. Mas é ótimo para trabalhar o improviso, a internet cai e tem de se virar”, conta.
Para o ano que vem, organizou com a TV Cultura seu próximo projeto, com a temática do Castelo Rá-Tim-Bum. “São vídeos curtos, de quinze minutos, em que o Tio Victor vai conviver com duas sobrinhas, uma do passado e a outra do futuro”, explica. De acordo com ele, se a pandemia não passar, o cenário será montado em sua casa mesmo. Quem fica de olho nas atividades de Mamberti são os filhos, Fabrício, Dani e Duda, esse último mora com ele. “Respeito muito a quarentena, mas às vezes esqueço que ainda não tem previsão de acabar e vou marcando novos trabalhos.” O ator comemora ter sido procurado para essas apresentações e conversas virtuais. “Não parei um minuto. Artista não está ganhando remuneração, é bem simbólico, mas mantém a gente ativo.”
A NOVA FUNCIONÁRIA
“Sou agora da área de RH e marketing do restaurante do meu filho, Eduardo”, diz a professora de espanhol Paulina Martorell, de 75 anos. Dos dez grupos de empresas que atendia antes da pandemia, restaram apenas três e muito tempo disponível. “os encontros passaram a ser por Skype e Whatsapp, e como eu não tinha metodologia para isso, fui fazer um curso no Sebrae e não parei mais”, conta. Já foram quase dez, incluindo três intensivões.
Descobriu o marketing digital, as ferramentas do Google e se aventurou no Instagram: refez a conta do restaurante vegetariano, perto do metrô Conceição, com direito a cardápios e destaques nos stories. Esse foi o mais difícil, em especial, pela linguagem em inglês. “Não posso ir ao espaço todos os dias. um dos meninos posta as fotos dos pratos que saem, porque tem de ser feito na hora”, explica. até o fim do ano tem mais um curso de marketing e outro sobre alimentação segura no “novo normal”. Só foge daqueles de precificação. “Pretendo continuar. São aulas diferentes, atualizam a cachola e mantêm a cabeça ocupada.”
SAUDADE DO BASQUETE
Nos anos 70, quando houve um surto de meningite no país, o urologista Anuar Mitre, de 71 anos, era residente e foi escalado pelo Hospital das Clínicas para ficar dois meses na linha de frente dos atendimentos em Suzano. “Desta vez, por ser do grupo de risco, não me foi dada essa oportunidade”, diz. “Médicos respeitam muito hierarquia, então, acolhi o pedido de isolamento.” Ele reduziu o número de atendimentos em seu consultório, aderiu aos virtuais e adaptou as aulas da sua especialidade na Faculdade de Medicina de Jundiaí e do curso de especialização no Hospital Sírio-Libanês para o ensino a distância.
“Era cético, mas tive boas experiências com as classes teóricas”, afirma. “Tenho a sensação de que os alunos, por estarem todos a mesma distância, diferentemente de um anfiteatro, interagem mais.” Há dois meses, voltou a trabalhar no hospital, devidamente testado, e voltou para a academia para recuperar o condicionamento físico e perder os quilinhos a mais adquiridos em casa. Só não arrisca as partidas de basquete, realizadas todos os domingos. “Sinto falta, mas não podemos com esporte em grupo. Sou médico e tenho de dar o exemplo.”
LIBRA COM ASCENDENTE EM CÂNCER
Com a extensão da quarentena, Tom Zé, de 84 anos, recebeu mais funções. “Ficamos sem empregada e fico angustiado ao ver a Neusa (sua mulher) carregando tudo nas costas”, diz. Ela o incumbiu de tarefas como trocar roupa de cama e lavar a louça, que nunca acaba. “Bom, não gosto, mas faço.” O cantor tem dividido essas missões com o projeto da peça Língua Brasileira, de Felipe Hirsch, que deveria ter estreado em março e foi suspensa. “Combinei com ele que trabalharia no disco completo para lançar quando a peça voltasse e por isso estou correndo bastante.”
Avesso às tecnologias, faz suas pesquisas em livros e artigos que enviam para ele. Pergunta muito também. As influências árabes na Península Ibérica, reis portugueses e até a chegada deles no país e no interior da Bahia são alguns dos temas nos quais tem mergulhado. “Sou de libra com ascendente em câncer e dizem que o camarada que tem esse signo gosta muito de resgatar o passado da família, do seu povo. E eu sou assim.”
Em outubro, ele deparou com outro resgate, o lançamento do álbum Raridades, de suas faixas feitas entre 1969 e 1976, encontradas pelo jornalista Renato Vieira. “Nem sonhava que as gravações estavam em boas condições, e foi muito bonito ouvir os arranjos daquela época”, diz. Na rotina, costuma acordar às 4 horas da manhã, hábito adquirido quando criança, e se enfurnar no quarto para trabalhar. “Queria ser como os camaradas que chegam em casa, tomam um uísque e escrevem uma canção que o Brasil inteiro vai cantar. Não sou, tenho de me debruçar de manhã, tarde e noite.”
GARGALHADA DE PLANTÃO
Fafá de Belém, 64 anos, estava voltando de Belém quando ouviu o anúncio da pandemia. Antes de chegar a seu apartamento nos Jardins, no dia 16 de março, pediu aos funcionários para deixar uma sacola no hall de entrada, com álcool em gel, Lysoform, chinelos e um roupão. “Tirei a roupa no hall mesmo, limpei as bagagens, joguei as roupas no tanque, tomei banho. Não saí de casa até 29 de julho.”
Quase cinco meses dentro do apartamento não são nada comuns na vida da cantora. “Não acontecia comigo desde os 17 anos, quando comecei a trabalhar, e as duas primeiras semanas foram estranhas”, diz. “Sou inquieta e todo mundo achou que numa das madrugadas da quarentena eu fugiria escondida para Portugal”, completa. Neste período, a artista não se cobrou e parou para pensar um pouco na vida. “Não sou uma pessoa que se deprime. Fiquei muito mais surpresa com o que estava acontecendo”, afirma.
Olhou com mais atenção para seu espaço, fez arrumação no armário, encontrou objetos esquecidos, tomou café no coador de pano como sua mãe fazia, descobriu que não se pode cozinhar com fome. “Eu me permiti ficar uma tarde de sábado maratonando séries, sem achar que estava perdendo tempo”, lembra. Porém, uma ligação de uma conhecida, diretora de um hospital, à noite, pedindo a ela que desse uma gargalhada para seus plantonistas a fez querer saber mais dos seus amigos. “Não tenho problema nenhum em ficar sozinha, mas me bateu a solidão de não estar com as pessoas”, conta. A filha, Mariana, resolveu se hospedar na sua casa. Foi ela e João Bosco que a incentivaram a organizar as lives de bate-papos e depois, as musicais. “Eu sou muito desastrada e, na primeira conversa com o Padre Fábio de Melo, eu chutei o tripé sem querer. Falei que ele foi para o céu e voltou”, divertese. Já a musical foi em junho, com uma pequena estrutura montada na sua casa, com trilhas de novelas, que seria um dos espetáculos das comemorações dos seus 45 anos de carreira. “No começo, tentamos patrocínios com marcas que fazem discursos sobre gordofobia, de pessoas mais velhas. Muitas delas não apoiam os artistas acima dos 60 anos. Fiz a crítica e a roda passou a movimentar.”
Até o momento, já foram dezoito lives, incluindo as do Círio de Nazaré, e a última, em Salinópolis, no Pará, onde agora passa uma semana de férias. Já fez treze exames PCR (todos negativos) e usa máscaras com filtros triplos. “Foi uma aprendizagem grande, trabalhei muito, voltei a meditar e ter um tempo para mim.” Uma das decisões foi justamente se desvencilhar das tintas de cabelo e se libertar com os fios grisalhos. “Fazia três anos que eu queria deixar meus cabelos brancos, não suporto pintar cabelo, ir ao cabeleireiro. Sem paciência. Fiquei muito feliz, olho e me vejo linda, plena e em paz.”
ESPERANDO NA JANELA
A última vez que a escritora Ruth Rocha, de 89 anos, saiu de casa para encontrar a família foi no seu aniversário, no dia 2 de março. Depois, foram apenas quatro saídas para médico e dentista. “Eu sei que, se eu pegar a doença, há uma chance maior de não sobreviver.” A pandemia coincidiu com o lançamento de seu primeiro livro feito em parceria com a filha, Mariana, o Almanaque do Marcelo. “Fiz até uma live com as crianças, que me fizeram perguntas, eu adorei.”
Com mais tempo em casa, resgatou uma pesquisa que tinha feito quinze anos atrás sobre macacos. “Achei interessante agora falar sobre evolução com esse material e acabei escrevendo mais um livro”, diz. Ela confessa que não é lá muito disciplinada com os horários de trabalho, mas não liga para isso. Anda se divertindo com as aulas on-line de pilates, feitas no tablet pelo WhatsApp, e não para de receber visitas — pela janela — principalmente dos netos que a chamam para fora. “E me ligam o tempo inteiro! Meus irmãos também.” Uma delas, a Rilda, telefona todos os dias para lerem juntas. Já passaram por Os Irmãos Karamazov, de Dostoiévski, uma biografia do Brasil, e agora já atingiram a página número 1 000 de Guerra e Paz, de Tolstói. Resolveu assumir de vez os cabelos brancos para evitar ir ao cabeleireiro. “Estou gostando do resultado e penso em ficar assim”, diz. Sente falta mesmo é de uma boa festança com a família, que é muito animada. “Já me conformei que não vou poder fazer meu aniversário de 90 anos, como estava planejando, mas farei uma folia nos 90 e meio, depois da vacina.”
TEMPO PARA REDUZIR O RITMO (ATÉ PODER PEGAR O BARCO)
No ano passado, o velejador e empresário Amyr Klink, de 65 anos, pegou em média doze voos por semana para compromissos entre reuniões e palestras (estas foram 150). “A demanda chegou a quase 600 pedidos”, afirma ele. O início da pandemia se deu justamente quando estava retornando da sua terceira ida à Antártica desde dezembro. De volta ao Brasil, em fevereiro, acabou deixando seu primeiro barco, o Paratii, nas Ilhas Malvinas. “Voltamos sem pegá-lo e acabou ficando preso lá”, conta. O jeito foi pedir a amigos da área que checassem a embarcação. “Ainda assim, eu fico preocupado”, diz.
Klink aproveitou a impossibilidade de viajar para rever prioridades no escritório. “Eu já vinha numa rotina frenética e tentando organizar da melhor forma a redução do ritmo e focar o que eu gosto de fazer: viajar mais de barco e menos a trabalho”, conta. As palestras migraram para o virtual, e com isso ele otimizou o tempo para se dedicar a outros projetos, como o de casas sustentáveis em Paraty, que acabou sendo aprovado mais rápido do que o normal. Do escritório de São Paulo, conseguiu manter as cinco funcionárias, em home office, modalidade que já vinha testando desde 2018, e deve ficar assim por mais tempo. “Eu não conseguia me concentrar duas horas em um texto, porque tinha sempre alguma demanda delas”, diz. De casa, conta que já enjoou da Netflix, “não queria mais viver as aventuras dos outros”.
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A distração passou a ser o próprio escritório, para onde vai de bicicleta. Além de mexer na decoração, cortou as 150 toras de bambu guadua, plantadas há dez anos, em uma pequena área do local. “Cansava do computador e ia cortar com a motosserra, era a minha ginástica.” Com as peças serradas, secava e fazia copos e ferramentas com o material. “Comecei a pesquisar muito mais sobre esse bambu, e é bem interessante o que pode ser feito, até para a construção civil”, diz. Seu primeiro plano quando a pandemia terminar? “Vou correndo pegar o Paratii”, diverte-se.
OS BASTIDORES DO SHOW
rotina do casal Edgard e Célia Radesca, 73 e 70 anos, respectivamente, sempre foi bem agitada à frente do Bourbon Street. A casa, de quase três décadas, funcionava de terça a domingo até o início de 2020. “Eu tenho convicção de que vou trabalhar até o último dia da minha vida, e não me preocupo porque vou até os 120 anos”, diverte-se Edgard Radesca. No começo da pandemia, não foi fácil. Com eventos esgotados e estoque de comida tinindo, precisaram se reorganizar para fazer as doações dos alimentos para instituições de caridade e evitar o máximo possível de demissões. “Quando vimos que duraria mais tempo, tiramos da gaveta o projeto do Jazz Café, já que existia a possibilidade de abri-lo como restaurante”, explica ele.
Sem ajuda financeira, quem fez a reforma foi o técnico de som da casa, que também é empreiteiro, “quebrando tijolinho por tijolinho”. De casa, Célia criou novos pratos para o cardápio, com o marido de cobaia. “Virei dona de casa, mas percebi que consigo fazer mais com essa rotina diferente”, diz ela. Continuaram indo ao espaço, só os dois e mais três funcionários, e passaram a se dedicar a cursos e palestras sobre os negócios. Foram mais de vinte pelo Sebrae, com temas como marketing digital, empreendedorismo e futuro do mercado de eventos. “Fiz um intensivo de uma semana e já pensei em iniciativas para o Bourbon”, diz Radesca.
As visitas dos netos de 12 anos e 1 ano e dois meses ficaram restritas ao vídeo e ao terraço do apartamento, quando Célia tocava violão. “Só recentemente nos encontramos pessoalmente, depois de fazer os testes do coronavírus. Curiosamente, o exame indicou que eu tenho anticorpos”, afirma Radesca. “Eu ouvi a mais nova dizer vovó pela primeira vez”, orgulha-se Celia. O desafio agora é acompanhar a reabertura da casa, em horários e com público reduzidos e “barriga no balcão”. “Vamos fazer 27 anos de Bourbon no próximo dia 13, com Gary Brown no palco”, conta Radesca.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 9 de dezembro de 2020, edição nº 2716.