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Idosa contrai infecção e pneumonia à espera de cirurgia em hospital

“Ela entrou saudável e agora está debilitada", diz a filha de Augusta Silva dos Santos

Por César Costa
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h35 - Publicado em 10 mar 2021, 13h22
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  • Augusta Silva dos Santos, de 93 anos, não tem nenhuma doença crônica e estava prestes a receber a segunda dose da vacina contra a Covid-19 no dia 1° de março. No entanto, no dia 28 de fevereiro, sofreu uma fratura no fêmur em um acidente doméstico, após uma queda quando se dirigia para sua cama. Precisando de cirurgia, ela foi internada no hospital Santa Casa de Araçatuba, mas a espera pelo procedimento resultou no desenvolvimento de uma infecção urinária e uma pneumonia.  

    Filha de Augusta dos Santos, Marilza Arcanjo dos Santos Rodrigues, psicóloga de 57 anos, afirmou que a equipe médica chegou a iniciar os preparativos. “Eles prepararam ela no jejum (no dia 1° de março) e disseram que ela iria fazer a cirurgia. Passou um tempo, começaram a dar uma dieta, alegando que não iam conseguir fazer a cirurgia por falta de insumos, mais especificamente o anestésico”. 

    Sem conseguir realizar a procedimento, Augusta passou mais de uma semana internada e teve piora no quadro de saúde, contraindo uma infecção urinária e pneumonia. “A gente teme pelo fato de que ela talvez não consiga esperar”, lamenta Marilza. “Ela entrou saudável no hospital e agora já está debilitada. E a única resposta que a gente tem é falta de insumos”. 

    A filha da idosa conta também que, após pressão, conseguiu levar a mãe para um quarto de internação, deixando a enfermaria. “A gente desconfia que eles não tenham dado preferência. Esse protocolo é desumano, porque isso não pode acontecer com ninguém, todo mundo devia ter a chance [de ser tratado]”. 

    Covid-19

    Por estar junto de sua mãe na enfermaria, a psicóloga acredita que contraiu Covid-19, pois o local não era arejado. “Nessa enfermaria havia quatro pessoas aguardando, de diferentes idades e problemas, e quatro acompanhantes. Então, havia oito pessoas em um quarto, fechado e com ar condicionado. Acabei contraindo Covid-19, precisei ir embora para me cuidar e não ficar perto dos meus irmãos que estão lá”.

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    Ela ainda disse que a infraestrutura não parecia adequada para receber todos os pacientes necessários. “É um campo de guerra. Os enfermeiros e enfermeiras ali no front, os médicos. Mas dentro de uma sala com ar condicionado, sem janela, era quase uma sentença que eu ficasse com a doença”. 

    O hospital Santa Casa de Araçatuba disse, por meio de nota, que “de acordo com a Direção Técnica, o quadro clínico da paciente inviabiliza a realização da cirurgia neste momento. Ela já está sendo tratada em relação à patologia em questão, e tão logo se recupere será operada”.

    A unidade não respondeu, porém, se os casos de Covid-19 estão prejudicando o funcionamento do hospital e também não se pronunciou sobre as alegações de que pacientes mais jovens estariam furando a fila para serem operados.  

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