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Hotel Mofarrej passa a ser administrado pelo Grupo Espírito Santo

Parado no tempo, o hotel da Alameda Santos fecha por seis meses e passa a ser administrado por grupo português, que promete reformá-lo e mudar seu nome

Por Sara Duarte
Atualizado em 5 dez 2016, 19h28 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Um dos símbolos da São Paulo da década de 80, o imponente prédio de 32.000 metros quadrados instalado no número 1437 da Alameda Santos está para fechar as portas. Mas por apenas seis meses. Ali fica o hotel Mofarrej, que já foi Sheraton, hoje é Gran Meliá e a partir do dia 1º de julho muda de mãos mais uma vez. Passa a ser administrado pelo Grupo Espírito Santo, de Portugal, dono da marca Tivoli. O príncipe Naruhito, do Japão, será o último hóspede famoso a dormir em sua suíte presidencial de 750 metros quadrados, decorada com tecidos brocados e tapetes persas. Pelo contrato de arrendamento, os novos gestores se comprometem a investir 15 milhões de reais em uma grande reforma, que trocará a decoração com cara de palácio de sultão por ares mais modernos. O projeto, da arquiteta Patricia Anastassiadis, pretende revitalizar o gazebo de vidro de onde se avistam o Parque Trianon e um jardim repleto de samambaias, avencas, palmeiras e orquídeas. “Saem os dourados, entram matérias-primas brasileiras e a natureza”, diz ela, que quer instalar quatro jabuticabeiras no lobby. Ali, o piso será de limestone, pedra de cor areia e sem ranhuras. Haverá também uma porta de pau-ferro de quase 5 metros de altura, duas lareiras, balcões individuais de check-in e um bar, criado para atrair o público da região. Os apartamentos do 14º ao 21º andares serão postos abaixo e construídos de novo. A cobertura envidraçada com vista para as avenidas Paulista e Nove de Julho abrigará uma danceteria. Outra novidade será um spa, no 4º pavimento.

O Mofarrej nunca passou por reformas radicais. Aberto em 1986, foi o grande orgulho do empresário Nassib Mofarrej (1917-1988), imigrante libanês que fez fortuna no mercado imobiliário na década de 50. Ele exprimiu seu gosto pessoal – o prédio foi erguido por sua construtora – em detalhes como o mármore preto, os tapetes orientais e o quase onipresente dourado. A falta de renovação, porém, deu ao cinco-estrelas uma aura envelhecida, como aconteceu também com o Hotel Maksoud, seu antigo concorrente na região da Paulista. Em 2003, a rede espanhola Sol Meliá substituiu o grupo Sheraton na administração. As alterações, no entanto, foram discretas. Hoje com 200 funcionários (eram 330 em seu período áureo) e 200 apartamentos, o hotel cobra diárias entre 450 e 1 500 reais e mantém taxas de ocupação de 65% durante a semana, média que cai para menos da metade aos sábados e domingos. O edifício pertence aos herdeiros de Mofarrej, que ao renegociarem o contrato, em 2007, exigiram da Sol Meliá investimentos em infra-estrutura. A empresa, então, decidiu encerrar a parceria. De olho no faturamento potencial de 23,3 milhões de reais por ano, o Grupo Espírito Santo, que mantém doze hotéis em Portugal e um resort na Bahia, topou a empreitada. “Atuar em São Paulo vai divulgar nossa marca em toda a América Latina”, afirma Alberto Moane, diretor de marketing do novo hotel, cujo nome provisório é Tivoli São Paulo Jardins. A reinauguração está prevista para janeiro de 2009.

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