Símbolo da sofisticação da metrópole entre os anos 60e 90, o Grand Hotel Ca’d’Oro volta nesta segunda (3) a ocupar seu tradicional endereço, na Rua Augusta,129. Resultado de um investimento de cerca de 300 milhões de reais, o empreendimento, fechado desde 2009, reaparece em novo formato, com duas torres (uma residencial e a outra comercial), somando 908 apartamentos.
Os 147 quartos para hóspedes estão distribuídos entre o 19º e o 27º andares de um dos prédios, que conta com uma piscina no terraço. A diária mais cara deve girar em torno de 1400 reais, por suítes com vista para cartões-postais como os edifícios Copan e Itália.
Parte dos objetos de decoração pertence ao acervo original, a exemplo do piano de cauda francês Erard, fabricado em 1860 e único na cidade. Outra característica mantida na versão moderna é o cardápio do restaurante, com pratos da culinária italiana, como a massa recheada casoncelli, a codorna com polenta e as cassatas.
As tratativas para a reformulação do ponto tiveram início em 2008 e culminaram um ano depois com a venda do terreno para a incorporadora Brookfield, que pretendia erguer um novo prédio. Em 2010, a realização de um leilão de várias peças do antigo estabelecimento, como quadros e mobiliário, causou comoção entre os paulistanos. Surgiu então a ideia de recuperar a vocação original do endereço.
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“Negociamos com a construtora para manter as suítes, o restaurante no térreo e o nome tradicional”, explica o gerente Fabrizio Guzzoni. Neto do fundador homônimo, ele já atuava nas operações por ali entre 2000 e 2009.
Fundado em 1953, o Ca’d’Oro funcionou primeiro como restaurante, na Rua Basílio da Gama. Doze anos depois, mudou-se para a Rua Avanhandava, já como hotel. Virou o primeiro cinco-estrelas da capital. A expansão para a Rua Augusta seria feita em 1970, quando começou seu auge. A decadência viria no fim dos anos 90, na esteira da degradação do centro.