O prefeito Fernando Haddad inaugura nesta terça-feira (6) um abrigo com capacidade para 120 pessoas no bairro do Glicério, região central de São Paulo. Reformado em caráter de emergência, o espaço vai receber haitianos recém-chegados do Acre que ainda não têm casa ou emprego na capital.
+ Paolo Parise comanda paróquia que recebe imigrantes e refugiados
Ainda hoje Haddad tem uma reunião marcada com o embaixador do Haiti, Madsen Chérubin, para pedir que os refugiados daquele país tenham uma maior assistência em relação à documentação. “Um planejamento prévio mínimo já dá condições para que eles entrem no mercado”, disse o prefeito.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, apenas em 2013 cerca de 2 600 haitianos chegaram a São Paulo. Nas últimas semanas, esse fluxo se intensificou porque o governo do Acre – por onde geralmente entram os refugiados do Haiti no Brasil – começou a enviar, sem prévia autorização, imigrantes haitianos para a capital paulista em ônibus fretados. Mais de 700 deles chegaram de uma só vez.
Sem CPF, carteira profissional e visto, eles ficam impossibilitados de trabalhar. “É preciso garantir que eles saiam do Acre já com a carteira de trabalho ou que haja um posto avançado na embaixada que possa providenciar a documentação. A pessoa chegar aqui sem sequer ter um documento complica demais”, afirmou Haddad, que também vai pedir ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, uma força-tarefa para agilizar a concessão de visto.
Atualmente os haitianos se aglomeram em frente à Pastoral do Imigrante, no Glicério, que não tem capacidade para abrigar todos eles.