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Garoto foi espancado por segurança do Habib’s, diz testemunha

Catadora de material reciclável afirmou ter visto adolescente ser agredido por 'um homem forte, gordo, moreno com uniforme do Habib's' e desmaiar em seguida

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 2 mar 2017, 09h21 - Publicado em 2 mar 2017, 09h17
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  • Uma catadora de material reciclável afirma que viu o adolescente João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, ser agredido por “um homem forte, gordo, moreno com uniforme do Habib’s” e desmaiar em seguida. A Polícia Civil investiga se o garoto morreu após ser agredido na noite de domingo (26) por seguranças da lanchonete, localizada na Avenida Itaberaba, na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo. Ela afirmou que o homem segurou o garoto pela gola da camisa e deu um soco na cabeça dele.

    Silvia Helena Troti, de 59 anos, prestou depoimento no 28º Distrito Policial (Freguesia do Ó), que investiga o caso. Ela também contou que presenciou um outro funcionário do Habib’s “alto e magro” puxar o adolescente pelos braços junto com o primeiro agressor e, juntos, seguiram de volta para o Habib’s. O menino desmaiou durante o trajeto e, segundo ela, espumava pela boca. Nesse momento, João Victor já estava desacordado e, só depois, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar apareceram.

    Silvia também afirmou que se ofereceu para prestar depoimento na delegacia no dia dos fatos. Porém, segundo ela, os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram ouvi-la, por achar que ela era “noia”. Hoje, durante o depoimento, ela foi acompanhada pelo advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), que vai acompanhar as investigações. “Se os PMs estivessem dado crédito à testemunha, os autores desse crime bárbaro poderiam estar presos”, afirmou Castro. Os pais de João Victor também prestaram depoimento na delegacia.

    O caso

    João Victor morreu na noite de domingo depois de fugir de seguranças do Habib’s, da unidade localizada na Avenida Itaberaba. Segundo a família dele, o garoto costumava pedir esmolas aos clientes, mesmo contra a vontade dos pais.

    Na versão do gerente e do supervisor da unidade, o garoto estava “importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira”. “O adolescente ameaçava quebrar o vidro da loja e chegou a jogar pedras contra carros e um dos funcionários”. Ainda segundo os representantes, um gerente e um supervisor, quando os funcionários foram repreendê-lo, o garoto “saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito”. O menino caiu no meio da rua, de acordo com esta versão. Os seguranças envolvidos não foram ouvidos pelo delegado Julio Siqueira Gomes, do 13º Distrito Policial da Casa Verde, onde o caso foi registrado.

    Em nota, o Habib’s informou que lamenta o caso e que vai colaborar com as investigações.

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