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Região leste lidera o ranking de furtos de veículos na cidade

Avenida Mateo Bei, líder nesse tipo de ocorrência na capital, tem um furto a cada três dias

Por Sérgio Quintella
Atualizado em 1 jun 2017, 16h27 - Publicado em 11 dez 2015, 23h00
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  • Durante os intervalos no atendimento de pacientes em seu consultório em São Mateus, na Zona Leste, o dentista Rogério Castilho costuma ir à janela do prédio checar a localização e a situação de seu automóvel, um Voyage 2012, geralmente estacionado próximo à esquina da Rua Maestro João Balan com a Avenida Mateo Bei.

    Há motivos de sobra para a preocupação. O veículo foi alvo de furto em duas ocasiões apenas neste ano. Em setembro, levaram o rádio. Na semana seguinte, sumiram com o pneu reserva.

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    Para não ser obrigado a desembolsar 150 reais por mês por uma vaga em estacionamento particular — além dos 3 000 reais anuais que já gasta com o seguro —, ele engendrou uma forma de desmotivar os ladrões.

    Instalou avisos nos vidros e dentro do porta-malas com o seguinte texto: “Este carro não tem estepe e não tem som. Não perca seu tempo, já foram roubados”. O resultado? Levaram embora o bilhete que estava no compartimento traseiro. “Ou seja, os bandidos leram o que estava do lado de fora, mas não acreditaram e arrombaram o carro para confirmar”, avalia Castilho, desconsolado.

    Furtos na Mateo Bei
    Furtos na Mateo Bei ()
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    Não é apenas o dentista que sofre com esse tipo de problema no pedaço. A região no entorno da Avenida Mateo Bei é a campeã de furto de carros na capital.

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    Foram 96 ocorrências entre janeiro e setembro deste ano. A média é de um crime a cada três dias. Os dados são do site Fiquem Sabendo, que fez o levantamento com base na Lei de Acesso à Informação. Entre outubro e o início de dezembro, ocorreram pelo menos outros quinze casos, segundo informações obtidas por VEJA SÃO PAULO no 49‚ Distrito Policial, responsável pela área.

    Para efeito de comparação, a segunda colocada na lista do Fiquem Sabendo é a Avenida Octalles Marcondes Ferreira, em Campo Grande, na Zona Sul, com 78 registros até setembro, cerca de 20% menos que a líder no mesmo período.

    Na Zona Oeste, o destaque negativo é a Rua Barão do Bananal, em Perdizes, nas imediações do Sesc Pompeia, com 54.

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    A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo possui dados semelhantes aos compilados pelo Fiquem Sabendo na Mateo Bei. No cômputo geral da cidade, no entanto, a pasta tem estatísticas que mostram que o furto de veículos caiu quase 13% na capital entre janeiro e outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014. No caso de roubo, ocorreu uma redução de 25%.

    Apesar de estar na pole position do ranking da criminalidade, não é possível estacionar nos 3 quilômetros da Avenida Mateo Bei entre 6 e 20 horas. A maioria dos furtos ocorre mesmo nas ruas adjacentes, onde motoristas deixam o carro para ir às lojas — há mais de 800 espalhadas por uma das principais vias do distrito.

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    Nesses pontos, é possível encontrar dezenas de montinhos com fragmentos de vidro e película acumulando-se junto ao meio-fio.“Os funcionários da prefeitura varrem a rua todo dia, mas sempre há montinhos novos, por causa da frequência de casos”, afirma o empresário Alex dos Santos, dono de uma loja de material de construção no local.

    Na Rua Doutor Edmur Whitaker, moradores chegaram a pichar um alerta no muro de uma residência: “Cuidado, alto índice de roubo de veículo e CDs”. O volume de ataques a veículos tem reflexos na economia local.

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    Furto na Mateo Bei
    Furto na Mateo Bei ()

    Por causa do sumiço de fregueses, assustados com a violência, pelo menos 63 estabelecimentos fecharam as portas nas redondezas nos últimos meses. “A clientela está migrando para o Shopping Aricanduva, onde há estacionamento fechado”, explica o presidente do conselho de segurança do bairro, Valdir Sampel. Os comerciantes reclamam ainda da redução no policiamento.

    “Antigamente passavam mais de oitenta agentes por dia na rua, agora não chegam a vinte”, afirma a empresária Regiane Nóbrega. O cenário desolador em São Mateus tem impacto no valor do seguro de automóveis. A apólice anual de um Volkswagen Gol 2010, por exemplo, avaliado em 20 000 reais, custa 2 800 reais para um morador do bairro, 1 000 reais mais do que pagaria um residente de Pinheiros, de acordo com a seguradora Ituran. 

     

    Confira a lista das dez ruas que mais registraram furtos em 2015:

    1º – Avenida Mateo Bei (São Mateus) 96 casos

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    2º – Avenida Octalles Marcondes Ferreira (Campo Grande) 78

    3º – Avenida Ragueb Chohfi (São Mateus) 67

    4º  – Rua Alvinópolis (Penha) 60

    5º –  Rua Barão do Bananal (Perdizes) 54

    6º  – Avenida Sapopemba (Sapopemba) 53

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    7º –  Rua do Manifesto (Ipiranga) 48

    8º  – Avenida Afonso de Sampaio e Souza (Parque do Carmo) 42

    9º  – Rua Santa Marcelina (Itaquera), Rua Guira Acangatara (Cangaíba) e Rua Capote Valente (Pinheiros) 41

    10º  Rua Parque Domingos Luís (Santana) 37 

     

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