Flagrantes da metrópole: Agliberto Lima divide seu olhar sobre São Paulo
Confira as imagens de Agliberto Lima, um dos oito ensaios sobre São Paulo em comemoração ao aniversário da cidade

Neste sábado (25), São Paulo celebra 471 anos de história. E esta edição especial comemorativa do seu aniversário tem para a Vejinha um colorido especial. Em 2025, a revista comemora 40 anos, desde a publicação de sua primeira edição, em 9 de setembro de 1985. Para conjugar tudo numa só celebração, convidamos oito fotógrafos, paulistanos ou forasteiros que escolherem aqui viver, para oferecem aos leitores pequenos ensaios que traduzissem sua visão pessoal sobre esta cidade, tão cheia de contrastes, diversa na paisagem, no povo e na arquitetura. Um prato cheio para o olhar sensível destes profissionais.
Cada um enviou cinco imagens muito particulares, quarenta ângulos da cidade que, juntos, revelam uma metrópole de muitas possibilidades. Confira abaixo os cliques do fotógrafo baiano Agliberto Lima.

A dinâmica da metrópole e seus curiosos personagens sempre atraíram o olhar atento do repórter fotográfico Agliberto Lima, 72, em mais de quatro décadas de fotojornalismo. O início da carreira foi em Salvador, sua terra natal, na década de 70, quando entrou no Jornal da Bahia, o primeiro emprego após o serviço militar, aos 18 anos.
Seguiu a trajetória na sucursal local do Estado de S. Paulo, no qual registrou a degradação do Centro Histórico da capital baiana, os conflitos fundiários no interior do estado, as cheias e secas do Rio São Francisco e a construção da hidrelétrica de Sobradinho, que alagou as cidades de Casa Nova, Pilão Arcado, Sento Sé e Remanso, forçando a transferência de seus moradores para novas cidades, construídas longe do rio — imagens que renderam convites para exposições no Centro de Estudos Latinos da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, e na Universidade de Swansea, no País de Gales.
Na década de 1990, mudou-se para São Paulo, onde continuou o trabalho em coberturas internacionais na Europa, no Japão e na Coreia do Sul, acompanhando a Seleção Brasileira, e na Bolívia, quando cobriu as invasões nas refinarias da Petrobras.
Na cidade, estampou as páginas do Estadão, do Diário do Comércio e de VEJA SÃO PAULO. “Meu fascínio por São Paulo é antigo, desde 1964, quando morei aqui pela primeira vez com minha família, fugindo das perseguições do golpe militar”, conta.
Hoje, o fotojornalista trabalha em um projeto voltado para as mudanças climáticas. “Faço boas fotos do prédio em que moro, em Perdizes, das tempestades, dos raios. A cidade é um celeiro de imagens, com uma luz definida para cada estação e uma arquitetura única e rica”, afirma.



Publicado em VEJA São Paulo de 24 de janeiro de 2025, edição n° 2928