Filme ‘Um Segredo em Família’: amor em tempo de guerra
O drama faz bom retrato de anos conturbados na França
Atualmente fica difícil assistir a uma fita de guerra sem se lembrar do retrato bem-humorado feito por Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios. Mesmo assim, e apesar de alguns deslizes, o drama Um Segredo em Família flui bem em suas emoções contidas, na recriação de época impecável e nas surpresas extraídas de fatos reais. O diretor francês Claude Miller inspirou-se em autobiografi a de Philippe Grimbert para escrever o roteiro. Optou por uma estrutura de vaivém no tempo para dar vida à trajetória de François, na infância interpretado por Valentin Vigourt. Em meados da década de 50, esse menino cria um amiguinho imaginário, para descontentamento de seu pai, Maxime (papel de Patrick Bruel), o intransigente e racional dono de um ginásio esportivo. Anos depois, já adolescente, François (agora vivido por Quentin Dubuis) descobre o tal segredo de que fala o título. Durante a II Guerra, em Paris, seu pai se apaixonou por Tania (Cécile De France), casada com o irmão de sua mulher, Hannah (Ludivine Sagnier). A perseguição nazista à família judia de Maxime encarrega-se de dar o desfecho a essa história.
Vilão de 007 — Quantum of Solace, Mathieu Amalric entra na pele de François aos 37 anos, na década de 80. Por ser apenas rabiscada, essa etapa do protagonista se torna dispensável. Outro defeito está na maquiagem de envelhecimento dos personagens. São equívocos que não comprometem o enredo, do qual emergem pequenas e marcantes lembranças.
Um Segredo em Família
, de Claude Miller (Un Secret, França/Alemanha, 2007, 105min). 14 anos. Estreou em 23/1/2010. CineSesc, Espaço Unibanco 1, Pátio Higienópolis 3, Reserva Cultural 4.