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OLÁ,

Filarmônica Bachiana Sesi-SP surge da fusão de duas orquestras

O maestro João Carlos Martins é o diretor artístico da nova empreitada erudita

Por Pedro Ivo Dubra
Atualizado em 5 dez 2016, 18h57 - Publicado em 26 fev 2010, 16h39

Uma boa notícia para a música erudita. Resultado da fusão de duas orquestras, a Bachiana Jovem e a Bachiana Filarmônica, a Filarmônica Bachiana Sesi-SP inicia sua primeira temporada na Sala São Paulo no domingo (7). Composta por 45 jovens instrumentistas do primeiro conjunto e vinte profissionais do segundo, a formação debutante conta entre seus mantenedores com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Depois da renovação da Osesp, outros estados brasileiros quiseram formar sua orquestra sinfônica”, conta o diretor artístico João Carlos Martins. “Espero que a Filarmônica Bachiana tenha a mesma função em relação à iniciativa privada, estimulando instituições a manter seu próprio grupo.”

A Bachiana Jovem vinha sendo bancada pelo Sesi desde o ano passado. Já a Bachiana Filarmônica vivia em um esquema mais irregular: seus integrantes ganhavam por apresentação. “Era frustrante ter uma orquestra de cachê”, diz Martins. O orçamento anual do projeto é de cerca de 1,5 milhão de reais. Músicos mais novos ganham bolsa de 1 100 reais mensais. Os profissionais recebem 4 000 reais por mês. Para dar início aos trabalhos da empreitada, João Carlos Martins conduz a Filarmônica na Sinfonia Nº 4 em Fá Menor Op. 36, de Tchaikovsky. Na sequência, ele interpreta ao piano o adágio do Concerto Nº 23 em Lá Maior KV 488, de Mozart. Rege a peça Sergei Eleazar de Carvalho, seu assistente e filho de Eleazar de Carvalho (1912-1996), maestro da Osesp por 24 anos.

Atualmente, João Carlos Martins toca com dois ou três dedos da mão esquerda. Celebrado como um grande intérprete de Bach, ele teve a mobilidade dessa mão prejudicada por um tumor (a direita ficou com movimentos limitados desde que sofreu uma le são cerebral, provocada por uma pancada na cabeça durante um assalto). Enfrentou nove cirurgias. Para arrematar a récita, Martins segue ao teclado para um pot-pourri de temas de Ennio Morricone, compositor italiano de trilhas de filmes como Cinema Paradiso. A temporada terá mais quatro apresentações: duas na Sala São Paulo e duas no Teatro Bradesco.

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