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OLÁ,

Fernando Filho, Paulo Zegaib e Alex Betandorf abrem a discoteca Pacha

Numa trajetória de sucesso, os sócios do Sirena investem em nova balada

Por Marcella Centofanti
Atualizado em 5 dez 2016, 19h21 - Publicado em 18 set 2009, 20h36

O que acontece quando três rapazes de 20 e poucos anos, ricos e baladeiros, resolvem brincar de empresários da noite? Quase sempre, a aventura termina do mesmo jeito. A casa noturna dura uma temporada, os donos mais se divertem do que trabalham e os “paitrocinadores” arcam com o prejuízo. Poderia ter sido esse o desfecho de uma sociedade que, há treze anos, fundou o clube Sirena, em Maresias, no Litoral Norte. Mas o que se construiu nos anos seguintes foi uma história de empreendedorismo e sucesso. Em 1993, os jovens Fernando Filho, Paulo Zegaib e Alex Betandorf abriram uma boate para 1 200 pessoas na praia que freqüentavam nos fins de semana. O investimento de 1,2 milhão de dólares veio da conta bancária dos pais. No ano seguinte, embarcaram no negócio Carlinhos Kalil e Marcos Campos.

De lá para cá, outros nomes entraram e saíram – nem todos amigavelmente. No núcleo central, permanecem Fernando Filho, Zegaib e Kalil, agora quarentões (ou quase). Em suas mãos, o grupo Sirena expandiu-se e, hoje, conta com o dining club Morocco (misto de bar e restaurante com pista de dança), em Maresias, e o restaurante Casa Pizza e o bar Buco, no Itaim Bibi. O trio detém pelo menos 51% da sociedade em cada estabelecimento. Com participações e funções diferentes, eles se preparam para colocar a cereja no bolo com seu mais ambicioso projeto: na próxima quinta (9), inauguram em São Paulo uma franquia da Pacha, rede mundial de discotecas criada na Espanha, em 1967.

A Pacha será uma casa noturna em altíssimo estilo, inicialmente para 2.000 pessoas, com investimento de 6 milhões de reais. Ocupará um antigo galpão de 7.000 metros quadrados, na Vila Leopoldina, dividido em três ambientes. Por enquanto, apenas os dois menores estarão abertos. Em março, deve operar com sua estrutura completa, para 8.000 pessoas, o dobro da capacidade do Sirena. No chamado domo, uma pista de dança redonda, cabem 1.200 pessoas. Para entrarem, mulheres pagam 40 reais. Homens, 80. É o preço de alguns endereços noturnos mais caros da cidade. Por 2.000 reais, o freqüentador terá acesso a um dos quinze camarotes, com direito a oito convites, uma garrafa de vodca, uma de champanhe e oito latas de energético. O projeto arquitetônico copia o da matriz, incluindo a construção de uma pista ao ar livre. É a terazza, uma das marcas registradas da discoteca de Ibiza. O som será house music. “Nosso desafio é trazer o público vip de volta para a balada”, diz Fernando Filho. “A Pacha tem o tamanho de um superclube, mas o atendimento de um pequeno.” Cerca de 1 000 convidados ganharão uma carteirinha. Para eles, haverá entrada separada com manobristas, camarotes, chapelarias e banheiros exclusivos.

Os três sócios estarão lá. Mas não devem freqüentar as noitadas com o mesmo fôlego que tinham quando lançaram o Sirena. Hoje casado e pai de dois filhos, Fernando Filho mal dá as caras em suas casas. Sua principal atividade é à frente de uma empresa de administração imobiliária da família. Sócio-fundador da boate Cabral, Zegaib, também casado e com duas filhas, abandonou as festas. “A gente não consegue mais curtir. Virou apenas um negócio”, explica ele, que dedica a maior parte do tempo às churrascarias criadas por seu pai, entre as quais o Dinho’s. O único que ainda bate ponto no Sirena em feriados e eventos importantes é Kalil, separado e pai de um filho. Sócio do restaurante Ritz e de duas lojas no Bom Retiro, ele faz faculdade de psicologia. Sai à noite por pura obrigação. “Várias pessoas me chamam de ‘tio’ no Sirena”, conta. Os três, que mal sabem a diferença entre trance e tecno, fazem reuniões às terças para discutir o andamento dos negócios. A Fernando Filho cabe a gestão corporativa. Zegaib se encarrega da parte operacional, enquanto Kalil cuida das relações públicas. “O Sirena é uma das mais impressionantes experiências de vida noturna no país”, afirma a editora de moda e cronista da noite Erika Palomino. “Acho que os três sócios têm tudo para repetir a vibe, agora em perímetro urbano.”

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