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Favela do Moinho: entenda remoção das famílias de única comunidade do centro de SP

Desativação da favela é criticada por especialistas; governo no Estado afirma que as realocações respeitam o desejo dos moradores

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 abr 2025, 17h21 - Publicado em 22 abr 2025, 16h46
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Favela do Moinho, única remanescente no centro de São Paulo (Rovena Rosa/ Agência Brasil/Reprodução)
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A favela do Moinho, no centro de São Paulo, tem sido palco de grande comoção nos últimos dias. A favela, única ainda existente na região central da capital paulista, é alvo de uma desapropriação para a construção de um parque, o Parque do Moinho, cujo processo de cessão ainda está em andamento, segundo o Governo Federal. O governo de São Paulo iniciou nesta terça-feira (22) a remoção de algumas das 820 famílias que moram na favela.

“Na nossa visão, a favela do Moinho é uma das áreas mais degradantes da cidade”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de São Paulo Marcelo Branco em entrevista coletiva realizada na manhã de terça (22). O secretário citou esgoto a céu aberto, escorpiões e famílias que dividem vaso sanitário com outras quatro casas, como argumentos para a insalubridade. “Nós não podemos ter pessoas pessoas vivendo nessa condição sub-humana”, completou.

Segundo ele, a decisão foi tomada após diálogo de mais de um ano com os membros da comunidade, que puderam escolher os imóveis e se mudaram por vontade própria. “A nossa premissa era de que tivéssemos o número suficiente de imóveis na área central da cidade de São Paulo para que todas as pessoas pudessem continuar nessa área, mas que também nós déssemos liberdade de escolha para essas famílias”, declarou.

“Nós não vamos tirar ninguém do centro da cidade que não queira fazer essa opção”, reforçou. Segundo Branco, das 820 famílias que moram lá, 716 já optaram por sair e morar em outra residência.

Em nota, o governo federal afirmou apoiar as ações de realocamento, “desde que essa seja a efetiva vontade das famílias e feitas sem intervenção de força policial”.

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A desocupação feita pelo governo estadual é criticada por muitos especialistas. “É absolutamente inviável. A maior parte dos moradores ganha em torno de um salário mínimo. Essa faixa de renda tem uma enorme dificuldade de poder entrar em um crédito habitacional, que é a única alternativa de moradia que está sendo oferecida”, explicou a urbanista e professora da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Rolnik em seu Instagram.

Na sexta-feira (18), moradores da comunidade protestaram contra uma ação policial que aconteceu no local. Durante o protesto, eles fizeram uma barricada e atearam fogo nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que cruza a comunidade. Muitas das famílias que hoje moram na favela rejeitam a realocação proposta pelo governo, alegando que as moradias serão substituídas por imóveis financiados, fora do centro, dificultando o acesso a creches, oportunidades de trabalho e infraestrutura.

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