Faixas de pedestres mal conservadas põe pedestres em risco
A CET gasta 7,4 milhões de reais para pintar ruas neste ano, mas os problemas são comuns
Não bastassem os inúmeros problemas do trânsito paulistano, os motoristas convivem ainda com a falta de manutenção em seus 17.000 quilômetros de ruas e avenidas. Além dos buracos que surgem às dezenas a cada pancada de chuva, muitas daquelas faixas no chão que serviriam para delimitar as pistas de uma via ou indicar a área para travessia de pedestres estão desgastadas ou simplesmente apagadas. ‘ Se o espaço onde cabem três carros é ocupado por dois, a capacidade de fluxo fica reduzida ‘, afirma o engenheiro Gabriel Feriancic, especialista em transporte. Quem está a pé sofre porque os motoristas avançam na área que seria usada para atravessar a rua. ‘ Parece óbvio, mas isso pode colocar em risco a vida dos pedestres ‘, diz o consultor em engenharia de tráfego Horácio Augusto Figueira. ‘ A faixa precisa estar visível dia e noite. ‘
Motoristas também são expostos a riscos, principalmente com a ausência de faixas que dividem ruas com mão dupla. Afinal, para um condutor que não conhece a região, um carro vindo em sentido oposto pode representar um susto e tanto. ‘ Ao se desviarem, muitos fazem movimentos bruscos, o que se torna um problema de segurança para ciclistas, motociclistas e pedestres que eventualmente estejam passando por ali ‘, afirma Feriancic. Como mostram as fotos que ilustram esta reportagem, o descaso com a manutenção não se restringe à periferia. Num giro pela cidade, encontram-se problemas em bairros como Alto de Pinheiros, Paraíso e Jardins. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), responsável pelo serviço, a sinalização horizontal tem prazo de validade de dois a três anos, dependendo do tráfego. Só em 2009 foram gastos 7,4 milhões de reais na pintura de 157 000 metros quadrados de sinalização – grande parte em trechos recém-recapeados. Pelo que (não) se vê, é pouco.