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OLÁ,

Um em cada seis exames do Corujão é na rede privada

Até agora 234 700 exames foram realizados, 83% dos procedimentos na própria rede municipal

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 13 mar 2017, 09h48 - Publicado em 13 mar 2017, 09h48
Corujão: mutirão de atendimento na rede pública e particular (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Prestes a completar dois meses, o programa Corujão da Saúde, política da gestão João Doria (PSDB) para enfrentar a fila para a realização de exames médicos, realizou até agora 234 700 exames, 83,7% dos procedimentos na própria rede municipal. Um em cada seis exames coube à rede particular de saúde, cuja participação tem sido destacada pelo prefeito. Faltam 51 700 exames para zerar a espera recebida, pelos cálculos da gestão.

O Corujão da Saúde é um mutirão de atendimento, bandeira de campanha do prefeito, que consiste em aproveitar os horários ociosos de equipamentos de análises para atender pacientes tanto na rede pública quanto na privada. Segundo o balanço, 38 200 exames foram feitos em 38 clínicas e hospitais particulares cadastrados. Os dados mostram que outros 196 500 exames ocorreram na própria rede municipal.

 

O dado inclui, porém, exames que não estavam na fila em dezembro – ou seja, agendamentos feitos neste ano, que a gestão não conseguiu individualizar. Ainda segundo o balanço, um terço das 485 300 pessoas que esperavam atendimento até dezembro foi tirado da fila: 68 000 pacientes foram reencaminhados para o médico, pois esperavam havia mais de seis meses e 77 800 deixaram a lista sem terem sido agendados.

Esses casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, referem-se a pessoas que ou fizeram o exame por meio próprio, pagando clínicas particulares, ou pioraram e acabaram fazendo o exame no atendimento de emergência. Ou ainda não foram localizadas em seus telefones de contato.

A participação da rede particular vinha sendo exaltada por Doria. Na inauguração do Doutor Saúde, outro programa da gestão para a área, na quarta-feira da semana passada, o prefeito chegou a dizer em seu discurso que a totalidade dos exames vinha sendo feita pelas instituições particulares.

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“Vou pedir ao nosso secretário que diga a vocês quantos exames do Corujão da Saúde já foram feitos em hospitais privados. Hospitais onde só os ricos frequentavam até então: Sírio-Libanês, Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, HCor, Hospital Oswaldo Cruz. Onde só as pessoas ricas, com plano de saúde caro podiam frequentar, hoje recebem as pessoas humildes, as pessoas modestas da periferia, para fazer os exames. Quantos exames já foram feitos até ontem?”, indagou ao titular da pasta da Saúde, Wilson Pollara. Do qual teve a resposta: “Até ontem, 247 000 exames.” Diante do número, Doria reforçou: “São 247 000 exames realizados. Vamos cumprir a nossa meta de zerar o déficit anterior.”

Por meio de nota oficial, a gestão municipal ainda diz que atingiu a “marca de um exame a cada vinte segundos”, ou 171 análises por hora – o dado considera o total de exames feitos nos 57 dias.

Para zerar a fila de espera do Corujão, a prefeitura ainda precisa marcar 51 700 exames, segundo os dados da Saúde. Esses ainda não têm data. “Se analisarmos apenas os exames referentes à herança deixada em 31 de dezembro, conseguimos acabar com 89% da fila de exames”, diz a secretaria.

O cadastramento das entidades particulares participantes do programa chegou a ser questionado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Entretanto, após explicações prestadas por Pollara, o processo foi liberado. A capital tem 210 000 pessoas que têm exames marcados para ser feitos até maio ainda de acordo com o balanço.

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