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“Mãe mais sádica da Grã-Bretanha”: abusos de mulher contra os filhos chocaram o mundo

Eunice Spry espancava as crianças e as obrigava a comer suas próprias fezes

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h16 - Publicado em 28 out 2020, 15h38
 (Divulgação/Veja SP)
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Eunice Spry, de 76 anos, era mãe adotiva de três crianças quando foi presa em fevereiro de 2007. Ela foi acusada pela promotoria de torturar os filhos entre 1986 e 2005 de forma “sádica” e “horrível”. O caso aconteceu em Gloucestershire, na Inglaterra, e chocou não só a Grã-Bretanha, mas o mundo. Nesta quarta-feira (28), Caleb Gilbert, de 28 anos, falou ao Daily Mail sobre a morte de sua irmã, Victoria Spry, no início do mês. Ela escreveu um livro sobre os abusos que sofreu. 

Antes, é preciso entender o histórico de Eunice Spry. O tribunal da região ouviu, em depoimentos, que Eunice espancava as crianças com pedaços de madeira e barras de metal. Além disso, ela chegou a esfregar a pele delas com uma lixa e as obrigou a comer banha, água sanitária, vômito e até mesmo suas próprias fezes.

Também foi mencionado que ela tratou os jovens como se fossem escravos. Os depoimentos dizem ainda que ela teria ordenado a um dos filhos a ficar em uma cadeira de rodas por quatro anos, mesmo que a criança pudesse andar normalmente. O objetivo era reivindicar benefícios com a deficiência.

A mãe adotiva, uma Testemunha de Jeová, era considerada um pilar de sua comunidade local. Relatos apontam que ela punia as crianças porque pensava que elas estavam possuídas pelo diabo.

O juiz Simon Darwall-Smith, responsável pelo caso, afirmou que essa foi a pior ocorrência da sua carreira e disse a Eunice, na época com 62 anos, que daria uma pena maior a ela se dependesse exclusivamente dele. “Você teve o cuidado de realizar o que pode ser descrito como tortura sádica sem ser descoberta. Se fosse apenas minha decisão, você enfrentaria uma sentença da qual não seria liberada”. 

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Eunice Spry foi condenada a 14 anos de reclusão por 26 acusações de abuso, incluindo ferimento ilegal, crueldade contra uma pessoa com menos de 16 anos, agressão que ocasionou danos corporais reais e intimidação de testemunhas. No entanto, ela teve a pena reduzida para 12 anos e atualmente responde em liberdade.

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Relato dos filhos

Victoria Spry, que foi abusada por Eunice por quase 20 anos, escreveu o livro Tortured: Abused and neglected by Britain’s most sadistic mum. This is my story of survival (Torturada: abusada e negligenciada pela mãe mais sádica da Grã-Bretanha. Esta é minha história). Na obra, ela fala sobre suas experiências. Em entrevista, disse que seu objetivo era ajudar outras pessoas que enfrentam o mesmo tipo de tormento.

Aos 35 anos, ela morreu no dia primeiro de outubro deste ano. Seu irmão adotivo, Caleb Gilbert, de 28 anos, disse ao Daily Mail, nesta quarta-feira (28), que Victoria tirou a própria vida. Ele conta que, pelo menos em parte, isso aconteceu pelas torturas que ela sofreu. A polícia considera o caso como suspeito.

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Até ser resgatado junto com as outras crianças, Caleb não pôde ir à escola, mas afirma ter sido poupado dos castigos. “Eu meio que sabia que ela tinha feito coisas horríveis, mas não tinha nenhuma ideia sobre o tamanho”. 

Eu vi algumas coisas como eles sendo espancados ou sendo queimados com varas de bambu. Mas crescendo muito protegido de qualquer outra coisa, eu pensei que era normal. Achei que todo mundo passasse por isso, por isso nunca mencionei a ninguém”, explica na entrevista. 

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