Em uma chácara afastada, silenciosa e com bastante contato com a natureza. Responsável pelo espancamento cruel que precedeu a morte de sua namorada, Hiromi Sato, o advogado Sergio Gadelha conseguiu na segunda-feira (29) a autorização judicial para cumprir prisão domiciliar dentro da clínica Aliança Terapêutica, na tranquila cidade de Salto de Pirapora, a 130 quilômetros da capital. A entidade é especializada em tratar alcóolatras e outros dependentes químicos. O local tem 2 000 metros quadrados ao ar livre. Piscina, academia de ginástica, e campo de futebol são algumas das atrações que poderão ser usufruídas por Gadelha.
+ A trágica história da secretária que morreu estrangulada pelo companheiro
Com o argumento de que está “abalado emocionalmente”, Átila Pimenta Coelho Machado, advogado de defesa, conseguiu que Gadelha fique nessa clínica por tempo indeterminado. Pela crueldade do espancamento, esse caso já rende uma disputa na Justiça. “Quero reverter essa decisão”, diz a promotora Solange Azevedo Beretta da Silveira, que entrou como uma ação revogatória. O argumento de Solange é que não foi apresentado nenhum parecer médico comprovando que Gadelha precise de cuidados especiais. “Quero que ele volte ao 31º DP, na Vila Carrão.”
Como a perícia feita pela polícia no apartamento onde o crime foi cometido na Rua Pará, em Higienópolis, foi encerrada, Gadelha poderia cumprir a prisão domiciliar em sua residência. “Os vizinhos iriam fiscalizar o cumprimento da ordem judicial. Agora, quem vai vigiá-lo dentro de uma clínica que é paga por ele?”, questiona a promotora. Segundo laudo do Instituto Médico Legal, a causa mortis de Hiromi foi traumatismo crânio-encefálico e hemorragia aguda. À polícia, o réu havia confessado dado cintadas nas costas e um mata-leão no pescoço de sua namorada.