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OLÁ,

‘Quero que Bolsonaro entenda os homossexuais’, diz Thammy Miranda

Recém-filiado ao PP, filho de Gretchen comandará núcleo LGBT no mesmo partido de Jair Bolsonaro

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h06 - Publicado em 5 set 2015, 12h05
Thammy Miranda
Thammy Miranda (Reprodução/)
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Um dos principais personagens da cena LGBT no país, o ator Thammy Miranda se filiou na última quarta-feira (2) ao PP (Partido Progressista). Após lançar sua biografia, o filho de Gretchen, que passa por um processo de transsexualização, publicou uma foto em seu Instagram ao lado dos deputados estaduais Delegado Olim e Guilherme Mussi para anunciar a decisão. Ele será responsável pela inclusão de um núcleo voltado à diversidade sexual dentro do partido.

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Thammy, no entanto, fará parte da mesma agremiação do deputado federal Jair Bolsonaro, que costuma dar declarações polêmicas contra os gays. “O que me motivou a entrar no PP foi o desafio de criar um núcleo LGBT em um partido considerado muito conservador”, diz, em entrevista a VEJA SÃO PAULO. Confira:

Como surgiu a ideia de filiar-se ao PP?

Fui convidado pelo delegado Olim e pelo Guilherme Mussi para um encontro. Confio muito nos dois, o Olim, inclusive, é amigo da minha família. A decisão foi tomada no mesmo dia, foi coisa rápida.  

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Você pretende se candidatar a algum cargo público?

Não posso. Assinei um contrato com uma emissora que não me permite ser candidato em 2016. Mesmo assim, se no futuro precisar entrar em alguma disputa política, preciso estudar. Tenho pouca noção, sou como qualquer brasileiro, só sei do que vejo pela TV. Mas não tenho a política como meu meio de vida, não é do que eu quero viver. 

Já possui alguma ideia de como o núcleo LGBT funcionará no partido?

Ainda não. Não sei se ele será federal, estadual ou municipal. Ainda precisamos pensar. O que tenho de concreto é que me chamaram para levar diversidade ao PP, que é considerado conservador e possui entre os membros o deputado federal Jair Bolsonaro, cuja fama é de homofóbico. É um desafio para mim.

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Como você avalia a atuação do deputado Jair Bolsonaro? Prevê conflitos com ele no partido? 

Sei pouco sobre ele. Só o entrevistei uma vez no programa Raul Gil. Sei o que a mídia fala, as declarações que ele dá na Câmara e que costumam gerar polêmicas. Mas acho que já é uma vitória ter um núcleo LGBT no partido dele. Eu o respeitarei se ele me respeitar. Minha intenção é que ele entenda o que é ser homossexual, que isso não é nada diferente do que ele é. 

Como você avalia o PP, hoje um dos principais partidos citados nas investigações da operação Lava-Jato?

Minha principal intenção é levar diversidade ao partido. Esse será meu papel lá. Coisa ruim existe em todas as siglas, não é exclusividade do PP. 

O deputado Delegado Olim provavelmente será o vice da candidatura de José Luiz Datena à Prefeitura de São Paulo. Como você avalia essa chapa?

Confio cem por cento no Olim como homem. Como político, sei pouco sobre ele. Já o Datena é uma figura interessante, não tem rabo preso com ninguém. Acho bom que pessoas novas comecem a fazer parte da política. Se pudesse, eu tiraria todos os que estão aí e colocaria novos políticos para mudar esse cenário horrível de corrupção que vivemos no país.

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