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OLÁ,

“Para quem usa sutiã para fazer a personagem, meia fina é o de menos”

Marco Luque fala de seu novo espetáculo, "Labutaria", que estreia nesta quarta no Teatro Shopping Frei Caneca

Por Anna Carolina Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 18h13 - Publicado em 22 mar 2011, 20h42

Depois de se apresentar com o stand-up “Tamo Junto!”, Marco Luque volta aos palcos, mas dessa vez na pele de cinco personagens diferentes em Labutaria. O apresentador do CQC, programa semanal da Band, precisou de muito treino e um figurino especial para conseguir se transformar rapidamente no hiperativo Betonera, o vegetariano Mustafary, a doméstica Mary Help, o taxista Silas Simplesmente e o motoboy Jackson Five. E é nesta quarta (23) que o humorista mostra o resultado de quase um ano de ensaios. “Estou nervoso para o primeiro dia porque foi com alguns desses personagens que entrei na mídia”, confessa.

Em entrevista a VEJA SÃO PAULO, Luque conta como foi o processo de criação das cinco figuras, fala sobre o futuro do stand-up no Brasil e apresenta um novo personagem.

Veja São Paulo – Seus personagens são personagens do nosso cotidiano. Como você escolheu essas figuras?Luque – Coloca aí que foram os personagens que me escolheram, assim a frase fica chique (risos). Na verdade, os cinco personagens que farei têm um pouco de Marco Luque, têm um pouco da minha história. A Mary Help, por exemplo, surgiu por causa da diarista que trabalhava na casa de um amigo. Ela se chamava Maria do Socorro e falava super rápido, uma marca dessa personagem. O motoboy é uma figura muito característica de São Paulo e, além disso, eu mesmo gosto bastante de moto, tenho uma. Acho que, por serem figuras do dia a dia, as pessoas vão gostar bastante.

Veja São Paulo – E como é o seu processo de criação?

Luque – O taxista Silas Simplesmente, o motoboy Michael Jackson e a diarista Mary Help já eram antigos. Alguns eu criei antes mesmo da “Terça Insana” (projeto do qual fez parte entre 2006 e 2009). Os outros dois, o hiperativo Betonera e o vegetariano Mustafary, surgiram durante aquelas apresentações. O Mustafary também surgiu de uma experiência minha, quando passei um tempo na Bahia. Ele é todo preocupado com a natureza, com a boa alimentação, coisas com as quais me importo também.

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Veja São Paulo – Pode revelar algum personagem novo?

Luque – Eu tenho 12 caracterizações, mas para fazer o “Labutaria” precisei selecionar cinco. Pretendo usar os outros no futuro, mas, por enquanto, guardo na manga. Escolhi os que são mais garantidos. Dos personagens novos, o mais recente é um emo, que ainda não tem nome.

Veja São Paulo – No “Labutaria”, você fará trocas de figurino. Como faz para mudar completamente de visual em tão pouco tempo?Luque – Estamos ensaiando bastante desde o ano passado e durante esses três meses. Treinamos muito para eu conseguir trocar de figurino e fazer a caracterização rápida. Tenho um figurinista acostumado a fazer roupas e acessórios para essas trocas rápidas de palco.

Veja São Paulo – Sobre o figurino, não é ruim usar meia fina para fazer a diarista Mary Help?

Luque – Não, é até tranquilo, na verdade. Para quem usa sutiã para fazer a personagem, a meia fina é o de menos. Nem incomoda. O sutiã é bem pior (risos).

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Veja São Paulo – E a rotina, não fica difícil conciliar as gravações do “CQC” com a vida no teatro e a família?Luque – Como o programa na Band “O Formigueiro” acabou, tive mais tempo para os ensaios e para organizar as agendas. Mas acho que, se a gente levar a vida com disciplina, consegue fazer tudo. Quando a gente tem horários, parece que se organiza melhor. E ser pai também faz com que você se organize mais. Muda tudo.

Veja São Paulo – Você se adaptou bem ao papel de pai? Consegue ajudar sua mulher, Flávia Vitorino?
Luque –
Sim, eu faço tudo. Troco as fraldas, dou banho. Já aprendi como faz. A coisa mais louca é pegar a Isadora e ela dormir no seu colo. Não tem coisa melhor. É demais.

Veja São Paulo – Com o sucesso dos stand-ups e peças de comédia no Brasil, hoje muitos têm se lançado como humoristas. Acha que a qualidade das apresentações têm caído? As piadas estão ficando todas iguais?
Luque –
Acho que o stand-up chegou para ficar. É um formato legal porque pode ser feito em vários lugares, como um bar, um teatro, um palco. Mas o humorista precisa ter a marca própria, não adianta ficar repetindo as piadas dos outros, copiando personagens. Isso não acontece muito comigo, mas alguns estudantes às vezes fazem meus personagens na escola ou em outras apresentações. Isso não seria uma cópia, porque a criança faz na inocência. Vejo mais como uma homenagem. Acho que a falta de qualidade dos humoristas e dos stand-ups seria mais culpa dos estabelecimentos que deixam qualquer um se apresentar. Mas, no geral, existe um filtro barrando essas coisas.

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Assista ao vídeo com os cinco personagens de “Labutaria”:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=6D-cn89et_A&fs=1&hl=pt_BR%5D

 

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