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Entenda a controvérsia em torno da futura estação Teodoro Sampaio, da Linha 20-Rosa

Localização é objeto de divergência entre moradores e a empresa de transportes

Por Luana Machado
Atualizado em 27 ago 2025, 00h01 - Publicado em 21 ago 2025, 14h05
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Avenida Faria Lima: associações defendem mais estações no trecho (Marcos Santos/ USP Imagens/Reprodução)
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Ainda na fase de projeto básico, a Linha 20-Rosa do Metrô visa conectar Santo André e São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, à Avenida Santa Marina, na Zona Oeste da capital. Seu traçado, cujo modelo referencial prevê ligações com a Linha 4-Amarela e as futuras 22-Marrom e 6-Laranja, é alvo de debates entre associações de moradores na região de Pinheiros. Residente de uma pequena vila localizada na Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, o psicólogo Marcos Pedott ficou animado quando soube da criação da nova linha. O entusiasmo, porém, deu lugar à surpresa quando, no começo de maio, vizinhos começaram a receber notificações de advogados sobre a desapropriação para a construção da futura estação Teodoro Sampaio, no cruzamento entre a rua homônima e a Doutor Virgílio de Carvalho Pinto.

Ponto de ligação das linhas 20-Rosa e 22-Marrom, estava prevista no traçado de referência para a Avenida Faria Lima. “Quando recebi a notificação, estudei a linha e encontrei estações, principalmente na região central, que talvez por interesses do mercado imobiliário estão mal posicionadas. Na Teodoro, por exemplo, me parece um fluxo muito pequeno. Como usuário do metrô, achei horrível. E logo em uma linha cujo objetivo parecia ser bem claro: levar as pessoas das periferias para os empregos”, conta o psicólogo. A partir daí, começou uma mobilização dos moradores da vila, junto de outras entidades da área, para a preservação do local.

Porém, na fase de revisão técnica do anteprojeto, na qual são avaliados reposicionamentos de estações e as áreas previstas para desapropriação, foi definido, em julho, que a estação Teodoro Sampaio será deslocada para a Cardeal Arcoverde. De acordo com o Metrô, a nova localização otimiza a transferência entre as linhas Rosa e Marrom, evitando que os passageiros percorram um longo túnel, além de permitir uma conexão com a Linha 4-Amarela, na Fradique Coutinho.

O ajuste do posicionamento da baldeação ocorreu no início do projeto básico. Anteriormente, seria na estação Faria Lima, localizada em uma das mais movimentadas avenidas da cidade.

A revisão do anteprojeto ainda reduz de cinco para três as estações na Avenida Faria Lima, o que provocou questionamentos sobre a eficácia da linha.

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Ao lado, comparativo entre o traçado anterior (rosa) e o atual (verde) (Urucuia Mobilidade/Divulgação)

“Antes você tinha uma estação na Avenida Pedroso de Morais, a integração da Teodoro Sampaio com a Faria Lima e outra na Avenida Rebouças. Esta é uma área que atenderia a muitos usuários. Mas agora colocam em um trecho que tem lojas de móveis, que fecham às 17h, e um cemitério”, compartilha Fernando Sampaio, presidente da AME Jardins, uma das dezessete associações de moradores e proteção do patrimônio que assinaram uma carta de apoio para manter o desenho original, com as cinco paradas e baldeação na Faria Lima.

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Fernando Sampaio, da AME Jardins: contestação sobre eficácia (Pedro Ekstein/Divulgação)
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No documento, as entidades apontam que a Fradique Coutinho não possui condições estruturais para funcionar como integração. “Não há mezanino, áreas de distribuição interna ou plataformas adequadas para absorver o fluxo previsto da Linha 20-Rosa. Essa solução compromete tanto a eficiência operacional quanto a experiência dos passageiros”, enfatizam.

Um estudo técnico encomendado à Urucuia Mobilidade Urbana apontou vantagem do plano anterior em relação ao atual quanto ao acesso a empregos (seriam 16 292 trabalhadores a mais beneficiados) e escolas (446 crianças a mais matriculadas na região). Já o Metrô afirma que a integração da Linha 20-Rosa na Faria Lima possui restrições “geológicas, limitações de geometria do traçado e a intensa verticalização das quadras vizinhas”.

Ciclista, Marcos Pedott torce pela escolha que melhor contribua para a integração do metrô com outros modais urbanos. “A proposta não é um discurso conservador, mas sim que a qualidade de vida das pessoas entre no planejamento urbano”, defende.

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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de agosto de 2025, edição nº 2958

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