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Ensaio fotográfico registra São Paulo vazia durante a quarentena

Fotos de VEJA SÃO PAULO capturam o silêncio que toma a metrópole desde A Casa do Porco, no centro, até o Sesc Guarulhos, na Grande São Paulo

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 abr 2020, 11h53 - Publicado em 17 abr 2020, 06h00
A rua 25 de Março, que costuma atrair multidões em busca de preços camaradas (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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A cidade que nunca dorme entrou em repouso no dia 16 de março. Foi quando museus, restaurantes e lojas anunciaram, pouco a pouco, a paralisação de suas atividades. Em salas, sacadas e quartos, muitos dos 12 milhões de habitantes da capital se aninharam para evitar a propagação de casos da Covid-19. Os celulares, antes indispensáveis no vai e vem de compromissos, passaram a monitorar quem cumpre ou não a determinação de distanciamento social. No último fim de semana, 11 e 12 de abril, 58% dos paulistanos aderiram à quarentena. Como essa marca ainda precisa subir — mas a saudade da rua começa a ficar mais forte —, VEJA SÃO PAULO registra em um ensaio fotográfico o inimaginável: o atual vazio de pontos como o vão do Masp, o comércio popular da Rua 25 de Março e as vielas disputadas para selfies do Beco do Batman. Até que a situação da saúde seja estabilizada, a indicação permanece: #ficaemcasaSP.

MASP> Em 2020, a instituição tem sua programação pautada pelo tema Histórias da Dança. No dia 20 de março, seriam abertas mostras do brasileiro Hélio Oiticica (1937-1980) e da bailarina americana Trisha Brown (1936-2017). Ambas foram adiadas e, devido à incerteza do cenário atual, não têm ainda data para a inauguração. Os mais de 400 000 visitantes que encararam mais de cinco horas de fila para ver Tarsila Popular em 2019 podem agora conferir lives com curadores no Instagram do museu (@masp).

A CASA DO PORCO> Com a pandemia da Covid-19, as portas do bar-restaurante foram fechadas temporariamente. As dezenas de pessoas que formavam fila nas ruas do entorno do estabelecimento durante a espera por uma mesa não estão mais lá. mas a população em situação de rua, sim. O chef Jefferson Rueda pretende dar início a uma ação social na próxima semana: a distribuição de quentinhas para quem mais precisa.

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RUA 25 DE MARÇO > Lojas de tecido, utensílios para casa, roupas e bijuterias atraíam multidões até a famosa via e suas travessas, como a Ladeira Porto Geral, em busca de preços camaradas. Com o distanciamento social, o cenário mudou radicalmente e poucas pessoas são vistas por lá. “É um momento difícil, fechamos no dia 19 de março nossas lojas na 25 de Março e na Barão de Itapetininga, na República. A venda na internet tem sido fraca, estamos esperando o auxílio emergencial, que até agora não saiu”, afirma Siméia Correia, que toca com a irmã, Ana Avani, um loja de produtos para cabelo que havia sido aberta em fevereiro em uma galeria ali.

SESC GUARULHOS > “Não sabíamos que os efeitos seriam tão drásticos. Direcionamos para o programa Mesa Brasil, que assiste comunidades carentes, mais de 30 toneladas de alimentos que tínhamos em nosso estoque”, relata Danilo Miranda, diretor da rede Sesc aqui. Nas fotos, o saguão do Sesc Guarulhos em dois momentos que não parecem separados só por um mês: em março, com o bailinho, comandado pela cantora Isadora Canto, e vazio em abril.

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BECO DO BATMAN > O mais conhecido reduto de street art na capital foi tomado pelo silêncio. A pulsação criativa ficou agora só nos muros, com os grafites de Tché Ruggi, Boleta e Paulo Ito, entre outros artistas. “Como morador, é esquisito. Por bem ou por mal, a gente se acostumou com o burburinho dessa efervescência cultural. Parece que voltamos no tempo, quando a Vila Madalena era um bairro tranquilo, onde se podia ouvir os passarinhos”, relata o morador Simon Widman, de 66 anos. ■

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