Em depoimento para a polícia, o engenheiro responsável pela colocação do módulo metálico na Arena Corinthians, Eduardo Henrique Loyola Campos, disse que o operador do guindaste não teve culpa pelo acidente que provocou a morte de dois trabalhadores na última quarta-feira (27). Na ocasião, o módulo metálico de número 38 erguido com a ajuda de um superguindaste despencou de uma altura de mais de 40 metros.
Nesta sexta-feira, o operador do guindaste, José Walter Joaquim, não compareceu para prestar depoimento no 65º Distrito Policial, em Artur Alvim. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Luiz Antonio da Cruz, o funcionário alegou que ainda não está em condições de falar sobre o caso. Ele havia sido informalmente convidado pelo delegado para prestar depoimento.
Agora intimado formalmente, o operador deve falar na próxima semana com a polícia. Também foram convocados para prestar depoimento chefes da Odebrecht, empresa responsável pela obra. Até o momento, três pessoas foram ouvidas: o engenheiro Campos, um técnico de segurança e uma funcionária administrativa.
Embargo
Os guindastes da obra foram embargados provisoriamente pelos fiscais da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho. Entretanto, a Odebrecht informou que essa medida não altera a decisão de retomar os trabalhos na segunda-feira (2). Outros serviços que não necessitam do uso dos equipamentos serão realizados.
Segundo a Odebrecht, o guindaste içava o último módulo da estrutura da cobertura metálica do estádio, provocando a queda da peça sobre parte da área de circulação do prédio leste. O acidente danificou ainda uma parte considerável do telão de LED do estádio, um dos maiores xodós do projeto.
O Itaquerão está prometido para dezembro, mas é possível que atrase por causa do acidente. Em junho deste ano, quando a Odebrecht tentava marcar a entrega para 2014, a Fifa acordou publicamente com a construtora e Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians,que a arena ficaria pronta ainda em 2013.