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Projeto cria endereços digitais em comunidades paulistanas

Parceria entre Google, naPorta, Grupo OLX e a ONG Gerando Falcões busca facilitar acesso a serviços básicos e compras de e-commerce

Por Luana Machado
Atualizado em 22 set 2023, 10h14 - Publicado em 22 set 2023, 06h00
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Placa de CEP digital na Favela do Guarani (ZAP/Grupo OLX/Divulgação)
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Quem passa pela Favela do Guarani, em Itaquera, vê placas azuis presas nos becos e vielas. Lá, os moradores conseguiram um direito básico incomum nas comunidades brasileiras: um endereço. O Endereços Digitais começou em 2021 com a parceria do Google com a naPorta, que leva logística para as periferias, e depois cresceu com a chegada da ONG Gerando Falcões e do portal ZAP, do Grupo OLX.

A iniciativa mapeou seis favelas paulistanas com a tecnologia Plus Code, do Google, que gera um código com a localização exata a partir de coordenadas de latitude e longitude. “Ferraz de Vasconcelos foi a primeira favela 100% digitalizada. Depois, fizemos na Itaprata, Sonhos, a Cidade de Deus e a Favela do Guarani”, conta Katrine Scomparim, CMO da naPorta. Foram 352 vias criadas, 1 600 endereços mapeados e 6 000 pessoas impactadas. Até o fim do ano, o objetivo é criar outros 8 000 endereços em mais dezesseis favelas.

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Placas com endereços digitais (naPorta/Divulgação)

“Para mapear, identificamos os lugares e as demandas. No Guarani, foram os remédios que não chegavam a quem precisava. O trabalho acontece em diálogo com os moradores”, explica Dener Moraes, líder social da Favela do Guarani. Além de facilitar a entrada do ecommerce, a tecnologia dá acesso a outros serviços básicos, já que, com endereço, os moradores conseguem chamar ambulâncias, colocar filhos na creche e fazer currículos.

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Em Paraisópolis, ela é usada pela Favela Brasil Xpress, startup criada por Giva Pereira, que inseriu cerca de 8 000 endereços no mapa. “Nos sentimos vistos, antes era sempre ‘área de risco’ ou ‘local não disponível’. Uso tanto para entrega quanto para me localizar”, conta Laryssa da Conceição, moradora de Paraisópolis.

Os projetos buscam ampliar a chegada de serviços públicos. “Quando falamos de endereços digitais, falamos de urbanização, e não dá para trabalhar só com o setor privado”, aponta Katrine. Giva pensa em caminhos para tornar a tecnologia uma política pública.

Publicado em VEJA São Paulo de 29 de setembro de 2023, edição nº 2860.

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