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Eduardo Campos morre em acidente de avião em Santos

O candidato participaria de compromisso de campanha. Cerca de cinquenta pessoas ficaram desalojadas no entorno do tragédia

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 14h12 - Publicado em 13 ago 2014, 13h56
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  • O presidenciável Eduardo Campos, do PSB, de 49 anos, morreu em acidente de avião em Santos na manhã de quarta-feira (13). Outras seis pessoas estavam na aeronave, de acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santos. Os corpos começaram a ser retirados do local por volta das 15h30. 

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    O bimotor caiu sobre algumas casas na Rua Vahia de Abreu, no Canal 3, em Santos, nesta manhã. De acordo com a prefeitura, quatro pessoas que estavam próximas ao local foram encaminhadas para o Pronto Socorro Central, com intoxicação e ferimentos de estilhaços. Uma criança de um ano e cinco meses permanece internad na Santa Casa.

    O Comando da Aeronáutica informou que a aeronave é do modelo Cessna 560XL, com prefixo PR-AFA e tem capacidade para doze pessoas. O avião decolou do Aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e caiu quando se preparava para pousar. Às 12h10, Eduardo Campos participaria do Seminário Santos Export – Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos.

    Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos, não estava no voo. Ela foi de carro à cidade e concedeu à imprensa um depoimento emocionado.

    O presidenciável era esperado no litoral pelo deputado federal Márcio França, do PSB, que fez contato pela última vez com Campos às 9h30. “Combinamos que eu o receberia na base aérea de Santos, às 11 horas.”

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    Em Santos, o IPT, da USP era aguardado para este quinta-feira, a fim de começar as análises do local do acidente. Cerca de cinquenta moradores ficaram desalojados.

    Biografia

    Eduardo Campos nasceu em Recife e tinha 49 anos. Era casado e pai de cinco filhos. Foi eleito governador de Pernambuco em 2006 e reeleito ao cargo em 2010, com mais de 82% dos votos.

    De família tradicional na política, era filho da ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, e neto do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, que morreu no mesmo dia de Campos, há exatos nove anos. 

    O candidato se formou em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco aos 20 anos de idade.  Foi chefe de gabinete do avô, quando este era governador, e ingressou no Partido Socialista Brasileiro (PSB) em 1990. No mesmo ano, elegeu-se deputado estadual. Nas três eleições seguintes, assumiu como deputado federal. Em 2003, tomou posse como ministro da Ciência e Tecnologia. Tornou-se presidente do PSB em 2005 e se licenciou do cargo para se eleger governador de Pernambuco. Em abril deste ano, entregou o governo para se candidatar à Presidência, tendo Marina Silva como vice-presidente.

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    Ontem, ele concedeu entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, da Rede Globo.

    Testemunhas do acidente

    Equipes do Corpo de Bombeiros, do Samu e da Defesa Civil estão no local. Cerca de setenta homens trabalham lá. Em nota, a prefeitura de Santos decretou luto oficial de três dias.

    Entre as quatro vítimas que estavam próximas ao local do acidente, estão uma menina de 9 anos, duas mulheres, de 29 e 35 anos, e um homem de 29 anos. Uma senhora de 70 anos levou um susto no momento da queda e também foi encaminhada ao pronto-socorro.

    Ana Cecília Alvarez, de 52 anos, moradora do prédio em frente à academia, contou que no momento do acidente estava na cozinha de seu apartamento no sexto andar. “Fui arremessada para trás. Pensei que fosse um furacão. Saí correndo do jeito que estava pelas escadas”, contou Cecília. Quando chegou à rua, as vidraças do prédio e das casas ao redor estavam quebradas. “O porteiro do prédio ficou ferido porque também foi jogado para trás com o impacto”.

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    Ela ainda conta que policiais e bombeiros chegaram rapidamente ao local para isolar o quarteirão.

    Moradora de um quarteirão próximo, Lígia Braun contou que sentiu um tremor. “O barulho era tão alto que parecia o de um terremoto. Vidros se quebraram e, quando saí na rua, os batentes das portas das casas estavam arrebentados.”

    O procurador Luiz Soares de Lima, 51 anos, estava na academia Mahatma, próxima ao local do acidente, quando o avião caiu na parte de trás do prédio e explodiu como se fosse uma bomba, destruindo uma parte do local. “Logo em seguida uma bola de fogo invadiu a academia”, conta.

    Ele estima que cerca de 50 pessoas estivessem na academia naquele momento e, mesmo machucado, conseguiu ajudar a retirar a maioria delas. Ao sair, ele afirma que o cenário era de destruição e tumulto. “O que dava mais medo era não ter noção da dimensão do acontecido, a incerteza”, relata.

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    A dona de casa Júlia Naganime, de 58 anos, mora com a mãe de 95 anos e a irmã de 65 em uma casa atingida pela aeronave. Ela conta que havia saido e, ao retornar, encontrou parte de sua casa destruída. “O telhado estava arruinado, mas meus familiares passavam bem.” Com a casa isolada pela defesa civil, conseguiram apenas pegar os medicamentos da mãe e buscaram abrigo na casa de um familiar que mora próximo ao local.

    Já o músico Ricardo Gomes, de 26 anos, disse que estava deitado em seu quarto quando ouviu o barulho de turbina se aproximando. Poucos segundos depois vi o vulto do avião e um clarão passando pela janela entre o meu prédio e o de frente, acho que foi a asa do avião”, diz o músico. Ricardo fechou rapidamente a janela antes da explosão e, assim que o avião caiu, um grande impacto quebrou a janela do seu quarto. “O prédio tremeu como um terremoto e a fumaça subiu muito rápido”, comenta.

    Lilian Spataro, 47 anos, estava dormindo quando ouviu um estrondo e achou que algo estava acontecendo no seu prédio que fica a cerca de 500 metros do acidente. “Os vidros balançaram, pessoas começaram a gritar e assim que levantei vi uma bola de fumaça, fiquei horrorizada”, conta a empresária. “Fiquei com muito medo, poderia ter sido no meu prédio e eu nem sabia que aqui era uma rota de avião”, comenta. Alguns vizinhos de Lilian contaram que viram a queda e que o avião já estava em chamas antes de cair.

    Proprietário de um escola de inglês na rua Alexandre Herculado, Vinicius Lopes, de 37 anos, conta que logo depois do acidente correu para o local e chegou a entrar na cozinha de uma das casas atingidas pela aeronave.“Senti um cheiro forte de querosene e todas as portas estavam arrombadas”, comenta. Segundo ele, o avião desviou de um prédio na Alexandre Herculano para tentar pousar em um terreno baldio.

    Dono de uma banca de revista que fica no muro de uma das casas atingidas pela aeronave, Fernando Estreiga, de 53 anos, conta que avistou um grande clarão. “Logo após vi o avião tentar desviar dos prédios, bater no telhado de uma das casas e cair”, relata. Fernando afirma que o cenário seguinte foi uma grande bola de fogo e depois a fumaça tomou conta do lugar.

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