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Quem é o presidente da confederação de skate que atuou na equipe de Neymar

Duda Musa administra o esporte no Brasil e passou pelo futebol até se tornar responsável pelo time que vai para Paris nas Olimpíadas de 2024

Por Guilherme Queiroz
22 dez 2023, 06h00
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  • Não há hora para praticar esportes para quem segura as rédeas da confederação que trouxe para o Brasil três medalhas de prata em Tóquio em 2021. “Eu não tenho tempo livre”, sorri Eduardo Musa, 50. Presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Duda, como é conhecido, divide os dias entre o litoral e a capital paulista, onde fica a sede da entidade, na Avenida Paulista.

    Santista na certidão e na camisa de futebol, atuou no clube e na equipe de Neymar antes de se associar a Bob Burnquist e entrar na gestão da entidade, que na sua administração fomenta campeonatos nacionais e atua na construção de pistas para a modalidade, como uma que deve ser entregue em Itaquera, na Zona Leste, em 2024.

    Musa é formado em jornalismo e passou a infância batendo bola pelas ruas do Boqueirão, onde vive com a esposa e dois filhos adolescentes. Depois da faculdade, trabalhou por cinco anos na publicidade da afiliada do SBT em Santos, até que abriu uma empresa de equipamentos de publicidade, como outdoors. “Dei um jeito de entrar no esporte. Instalamos painéis eletrônicos na Vila Belmiro”, lembra, da época que iniciou a aproximação da área.

    A paixão virou trabalho em 2009, após uma eleição no Santos. Musa, próximo do grupo que ganhou o pleito, foi convidado para auxiliar no novo departamento de marketing do clube. “E eu não era santista, era corintiano”, lembra ele, que hoje tem o coração dividido.

    Foi o início de uma guinada. “Tive a ideia de trazer o Robinho de volta”, lembra. No início o projeto foi tratado com ceticismo, mas houve interesse do jogador, na época no Manchester City, da Inglaterra. Em 2010, ele representou o Santos nas negociações que levaram ao empréstimo de Robinho. “Imagina o que isso despertou em quem amava esporte?”, lembra.

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    Ficou pouco tempo no clube, onde atuou na gestão da imagem de nomes como Neymar e Paulo Henrique Ganso. A proximidade com a então grande promessa do futebol rendeu um posto na equipe particular do jogador, em 2011. Em 2013, Neymar foi vendido ao Barcelona e Duda foi junto. “Vivi dois anos e meio na Espanha. Ao fim, estava muito cansado”, conta.

    De volta ao Brasil em 2015, montou outra empresa de marketing, com foco nos patrocínios esportivos, até que conheceu o skatista Bob Burnquist durante um trabalho para um banco, em 2016.

    Era o momento em que o reconhecimento de entidade oficial de gestão do skate perante o Comitê Olímpico do Brasil era disputado entre a Confederação de Hóquei e Patinação e a de Skate — briga que teve a CBSk como vencedora, mas vira e mexe retorna, como vem acontecendo neste fim de ano.

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    Após se debruçar sobre o tema, bateu papo com Burnquist. “Disse que ele deveria entrar nessa, senão a gestão do esporte ia acabar com a patinação”, lembra. O skatista foi candidato para a gestão da CBSk e chamou Duda para o posto de vice. Foram dois anos como número 2, até 2019, quando Burnquist deixou a entidade e Musa assumiu a liderança.

    Em 2020 foi reeleito e segue no posto até 2024. “Cuido de burocracia e do relacionamento com marcas e o governo”, explica. Desde que assumiu vieram parceiros como a Caixa Econômica Federal, Nike e, mais recentemente, Adidas. “A missão também é organizar a parte institucional de um esporte que nasceu na contracultura”, explica.

    A entidade fornece apoio técnico para os 25 atletas que compõem a seleção brasileira, incluindo Rayssa Leal e Giovanni Vianna, campeões do Street League, realizado no Ginásio do Ibirapuera, em dezembro. “A gente vai muito melhor para Paris do que fomos para Tóquio. Houve mais tempo de preparo”, promete.

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    Duda Musa ao lado do medalhista Pedro Barros, no centro, e Bernardo Otero, do COB (Arquivo Pessoal/Divulgação)

    Uma das conquistas recentes da entidade é o campeonato nacional, com etapas em diferentes cidades até as finais. Neste ano os campeões de street e park foram coroados em pistas inauguradas em dezembro em Santos e Curitiba. “Os campeonatos eram fomentados por marcas, não havia um circuito único. Institucionalizamos no ano passado uma competição com seletivas, que desembocam em uma final”, explica.

    As pistas são outro braço. A CBSk começou a trabalhar na supervisão da construção de circuitos adequados a disputas profissionais em parceria com o setor público. “Temos um conjunto de fornecedores qualificados. É difícil um arquiteto leigo no mundo do skate entregar uma pista com a angulação e as distâncias corretas”, diz. As pistas das finais também serão usadas para treinos da seleção.

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    Pista entregue em Santos em dezembro (Fabio Placido/CBSk/Divulgação)

    E vem mais. Uma pista de 2 000 metros quadrados está sendo finalizada em São Paulo em um terreno próximo ao estádio do Corinthians, projeto em conjunto com o Sesi-SP. “A ideia é que seja entregue em 2024. A pista em si está quase pronta, mas o Sesi ainda vai finalizar outros equipamentos (que farão parte do complexo)”, diz Duda. Apesar das conquistas, o cartola do skate promete pendurar o shape. “Não volto para reeleição depois de 2024. Quero retornar para o mercado de gestão de imagem e marketing com esporte”, compartilha.

    Publicado em VEJA São Paulo de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873

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