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Netinho acusa médico paulistano de ter receitado anabolizantes que quase o mataram

Em 2013, cantor baiano passou cerca de um ano internado em estado grave no Sírio Libanês devido às complicações

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h03 - Publicado em 26 jul 2016, 18h02
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  • O cantor baiano Netinho, de hits como Mil E Uma Noites e Fim de Semana, acusou o médico Mohamad Barakat de ter receitado medicamentos anabolizantes que quase causaram sua morte em 2013. É a primeira vez que o cantor menciona o nome do especialista. Formado em oftalmologia, Barakat atua hoje à frente do Instituto de Medicina Integrada e Performance Humana, oferecendo programas para melhorar a nutrição e a qualidade de vida dos pacientes. No endereço em questão, localizado na Avenida Brasil,  uma consulta custa 1500 reais. A clientela inclui pessoas como Renata Moreira, uma das noras do ex-presidente Lula, panicats e jogadores de futebol, entre outras. O local também é muito procurado pela turma que malha pesado nas academais. 

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    De acordo com a nota publicada pelo músico  Netinho no Facebook no domingo (24), Barakat teria prescrito anabolizantes a ele entre 2010 e 2011, garantindo que não afetariam sua saúde e nem sua voz. Em maio de 2013, ele passou um ano internado no Hospital Sírio-Libanês. Em seu grave histórico de saúde, relata ter tido três AVCs, implantado válvula cerebral, stent cardíaco, entre outros procedimentos.

    Por meio de sua assessoria de imprensa, o cantor confirmou as declarações. 

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    Oftalmologista Mohamad Barakat
    Oftalmologista Mohamad Barakat ()

    Diz o texto: “Se apenas hoje eu falo sobre A VERDADE como aconteceu o tratamento que fiz com o médico paulista Dr. Mohamad Barakat, é porque APENAS recentemente eu consegui recuperar TODAS as provas do que me aconteceu: receitas médicas, e-mails trocados com o Dr. Mohamad Barakat e suas secretárias na época quando ele me receitou e vendeu os produtos (anabolizantes, insulina, hormônios e diversos suplementos)”.

    No post, ele ainda menciona que publicará um livro sobre o caso e cita reportagem de capa de VEJA SÃO PAULO intitulada “Os Médicos Que Receitam Bombas”, que mostra como Barakat e outros profissionais recomendam anabolizantes e hormônios sintetizados em laboratório para pacientes que buscam rapidamente o corpo perfeito, atitude reprovada pelo Conselho Federal de Medicina.

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    No início deste ano, Barakat virou réu em uma ação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), que abriu processos ético-disciplinares contra três especialistas da capital. O trabalho é a evolução de uma sindicância aberta no órgão depois da publicação da mesma reportagem. A especialização do médico, que fez curso de pós-graduação em nutrologia, também é objeto de questionamento. Segundo uma nota da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), “para obter a titulação de nutrólogo, é necessário que o médico faça uma prova que tem o aval do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e da Aban”, diz o comunicado. De acordo com a Abran, Barakat não cumpriu até hoje esse protocolo.  Ou seja, somente a pós-gradução na área não o credencia para usar a titulação de médico-nutrólogo. 

    Em nota sobre o caso Netinho, Barakat confirma que prestou atendimento ao cantor durante o período informado, mas alega que “não há relação entre os episódios que culminaram na situação agravada de saúde pela qual passou o cantor”. O texto alega ainda que, a partir de 2013, ano que o cantor foi internado pela primeira vez, Barakat e Netinho não tiveram nenhum contato. “Com isso, pode-se observar que se passou um longo período entre o contato aproximado que tive com o Netinho e os episódios que ele infelizmente vivenciou. Vale ressaltar, inclusive, que em nenhum momento houve um contato por meio do cantor pelos meios cabíveis e jurídicos. Em nenhuma esfera“, escreveu. 

    Procurado após a divulgação do boletim, o médico recusou-se a prestar maiores esclarecimentos sobre o caso.

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