A 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital denunciou, na segunda-feira (17), o casal dono da Escola Pequiá, no bairro da Vila Mariana, Zona Sul, acusado de praticar atos de tortura contra alunos. A promotora Gabriela Belloni pediu que a prisão temporária de ambos seja convertida em preventiva, ou seja, que não tem prazo definitivo.
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Ela pediu também que os autos sejam desmembrados, com instauração de inquérito policial suplementar para apurar a eventual participação ou omissão de funcionários da escola aos fatos, bem como possíveis delitos cometidos contra outras vítimas.
O Ministério Público informa que, segundo a denúncia, o casal contou com o apoio de duas funcionárias adolescentes para punir os alunos que não comiam o alimento dado, que choravam muito ou não se comportavam de forma adequada. Alguns deles eram levados a uma sala escura, sem janelas ou com janelas fechadas, e lá ficavam durante longos períodos, sem comer, beber água ou ir ao banheiro. “Algumas crianças choravam muito e pediam para sair ou, cansadas de ficar em pé, acabavam dormindo com as cabeças encostadas na parede, exaustas”, pontua Gabriela.
Os denunciados também gritavam ou eram ríspidos com as crianças, informa a promotora.
Outro castigo era amarrar os alunos em um poste no pátio da escola, com as próprias roupas, obrigando-os a permanecer por horas naquela posição.
Inicialmente, a promotoria apontou a existência de ao menos dez vítimas.
Os proprietários poderão responder por crimes de tortura em caráter continuado e com concurso de pessoas.