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OLÁ,

Herdeiro de casarão emblemático na Avenida Paulista morre em São Paulo

Renato Franco de Mello era neto de um barão do café que construiu o imóvel

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 fev 2019, 19h11 - Publicado em 6 fev 2019, 18h13
Renato Franco de Mello tinha câncer e morreu nesta terça-feira (5) (Reprodução Sesc/Veja SP)
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Dono e morador do famoso casarão do número 1919 da Avenida Paulista, Renato Franco de Mello morreu nesta terça-feira (5) em São Paulo. Segundo amigos, ele foi vítima de complicações de um câncer que combatia havia mais de um ano.

Renato foi enterrado na tarde desta quarta-feira (4), no Cemitério do Araçá, na Zona Oeste de São Paulo. O casarão da Belle Époque, próximo ao Conjunto Nacional e a dois quarteirões do Masp, foi construído em 1905 pelo avô de Mello, barão do café.

Casarão tombado - Casarão da Avenida Paulista
Casarão tombado (Reprodução)

Em 1992, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo tombou o imóvel. A família que herdou o palacete alegou na época que a medida desvalorizou a propriedade e exigiu na Justiça a expropriação do terreno.

Vinte anos depois, em 2012, o governo estadual foi condenado a pagar aos herdeiros uma indenização de 110 milhões de reais. O valor nunca foi quitado. Enquanto a quantia não fosse paga, Mello decidiu que habitaria na mansão. Ele se mudou para o endereço em 2010, quando a família o encarregou de cuidar do imóvel deixado pelo avô.

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Mello morou no palacete antigo com seu mobiliário de época e outras peças que gostava de colecionar, paixão que nutria desde que fechou seu antiquário na Rua Oscar Freire. Colecionava de tudo, de móveis a quadros. Mantinha lá dentro um banco de jacarandá do século XIII em estilo português, uma mesa rústica holandesa e vários quadros antigos.

Assim como outros parentes, Mello viveu da herança do avô e dos lucros da fazenda que o barão do café tinha, a Fazenda Primavera, perto de Araçatuba, no interior de São Paulo.

Ele divida o casarão da Paulista com uma família de antigos caseiros. Sem dinheiro para pagá-los, permitia que morassem lá de graça em troca do trabalho que faziam na casa.

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