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OLÁ,

Dona Esmeraldina: a Palmirinha do SBT

Senhora de 82 anos é destaque no <em>SBT Notícias</em>

Por Ricky Hiraoka
Atualizado em 5 dez 2016, 15h36 - Publicado em 4 out 2013, 20h12

Celeiro de talentos infantis, o SBT tem um novo xodó, e não se trata de nenhuma garotinha de Chiquititas. Maria Esmeraldina Pedroso, de 82 anos, virou alvo de paparicos desde 23 de setembro, quando entrou no ar o SBT Notícias, versão menos sensacionalista do Aqui Agora,dos anos 90. Nos bastidores da emissora, todos pedem para tirar fotos ao lado dela, que atua como repórter especializada em temas da terceira idade. “Que inveja, também quero ter você no meu horário”, suspirava na última terça (1º) a âncora Karyn Bravo, do SBT Brasil — Noite. A novata devolvia: “Estou fazendo direitinho? Não posso perder o emprego”. A experiência começou em março, quando Esmeraldina foi entrevistada em um baile pelo matutino Se Liga Brasil, da Rede TV!, a respeito de relacionamentos amorosos em sua faixa etária. Na ocasião, quando questionada se estava à procura de namorado, ela respondeu: “Se aparecer um bonito por aí, eu pego.”

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Essa espontaneidade chamou a atenção do diretor Ricardo Munhoz, que a convidou para um quadro semanal. “Quando ela surgia, nossa audiência subia até 2 pontos”, lembra ele. O programa acabou em maio e o diretor, contratado como editor-chefe do SBT Notícias, arrastou para lá a descoberta. Em uma das reportagens já exibidas, sobre o desrespeito a vagas de estacionamento para idosos, ela abordava os infratores ao estilo fiscal do povo, com frases como “Vou te multar!”. Se a longevidade da população só cresce no país (na cidade, a expectativa de vida passou de 69,5 para 76,3 anos entre 1991 e 2010), figuras como Esmeraldina são ainda raras na TV. Tanto que ela foi apelidada de “repórter Palmirinha”, em referência à cozinheira octogenária Palmirinha Onofre, apresentadora do canal pago Bem Simples.

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As gravações são agendadas com intervalos de três a quatro dias. Assim, não atrapalham a rotina de caminhadas e dança de salão. Cearense, moradora de São Paulo desde os 5 anos, ela trabalhava na linha de montagem da Semp Toshiba, onde conheceu o marido, o operário Vicente, que morreu em 1983. Com dois filhos, três netos e uma bisneta, estava vivendo do dinheiro da aposentadoria até ser convocada pelo SBT. A nova fonte de rendimento veio a calhar, é claro (ela embolsa 350 reais por reportagem produzida). Mais importante para Esmeraldina, porém, é a realização de um sonho. “Na infância, queria ser palhaça, mas minha mãe não deixou”, lembra. “Agora, faço palhaçadas na TV.”

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