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OLÁ,

Doceira Conceição Amaral fabrica por semana 25 000 unidades de bem-casados

Para não conhecerem a receita do bem-casado que fabricam, suas cozinheiras são divididas em equipes

Por Alvaro Leme
Atualizado em 5 dez 2016, 19h24 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Em 1º de setembro, o empresário José Ermírio de Moraes e a administradora Renata Queiroz casam-se no Jockey Club de São Paulo. Cinco dias mais tarde, no Rio de Janeiro, será a vez de a modelo Daniella Sarahyba* dizer o “sim” ao empresário e jogador de pólo Wolff Klabin. Além de noivos e convidados estrelados, fartura à mesa e paparazzi de plantão, as duas uniões terão em comum os serviços de uma senhora discreta, de voz mansa e mãos de fada. Trata-se de Conceição Molica Amaral, responsável pelos bem-casados de bodas de primeira grandeza como as de Athina Onassis e Doda Miranda e Wanessa Camargo e Marcus Buaiz, por exemplo. “Comecei a cozinhar ainda menina”, conta, aos 69 anos de vida, quarenta como doceira profissional.

No início, preparava tortas de nozes, balas, enfim, todo tipo de guloseima. Até aprender com a sogra, a cearense Maria Ceci, a receita de bem-casado, que, de tanto sucesso entre as freguesas, virou atração principal. Há vinte anos, resolveu profissionalizar o negócio, batizado como Conceição Bem-Casados. Desde então, trocou a cozinha de sua casa, em Pinheiros, pelos dois endereços onde dão expediente sessenta funcionários – um escritório no Jardim Paulista e uma fábrica no Morumbi. Lá são produzidas por semana 25.000 unidades do doce, vendidas a 1,90 real cada uma, valor que muda conforme a embalagem. “Se for preciso, conseguimos fazer até 10.000 por dia”, diz o filho Fábio Amaral, diretor comercial da empresa. Ele e a irmã, Margarida, preparam-se para suceder à mãe no negócio. Dona Conceição, sem deixar o batente (ela passa pelo menos três horas diárias na empresa), faz gosto. “Houve épocas em que cozinhei mais de quinze horas seguidas”, conta. Afinal, qual é o segredo de Conceição? Nem a própria sabe ao certo. Bem, é o que ela diz. Para não conhecerem a receita do bem-casado que fabricam, suas cozinheiras são divididas em equipes. Assim, cada grupo domina somente parte da fórmula, que leva pão-de-ló, recheio cremoso e calda de açúcar.

Conceição diz não se lembrar do primeiro vip que a contratou – nesse caso, contrato mesmo. No documento costuma constar multa de até dez vezes o valor do serviço se vazar informações (principalmente cifras) para a imprensa. “Depois do casamento todo mundo era só elogios”, conta Luciana Gimenez, que em agosto do ano passado subiu ao altar com Marcelo de Carvalho, vice-presidente da Rede TV!. Outra fã declarada é Lianinha Moraes, uma das herdeiras do Grupo Votorantim e organizadora de casamentos. “Festa sem a Conceição não tem a mesma graça”, afirma ela, que em 2005 encomendou 3 000 unidades do doce – quatro por convidado – para sua união com Guilherme Almeida Prado. Com tantos admiradores famosos (para quem, jura ela, os preços são os mesmos que se cobram dos clientes anônimos), a doceira tornou-se também uma espécie de celebridade. Em 2005, esbaldou-se no castelo para onde a revista Caras leva seus convidados, na França, país que a descendente de italianos de Nápoles não conhecia. “Minha vida é um doce presente”, diz. Alguém duvida?

*ERRATA

Equivocamo-nos na informação sobre os bem-casados do casamento de Daniella Sarahyba. Eles serão de Elvira Lopes, do Rio de Janeiro.

Carla Fiani, Wedding & Co.

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