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O emergente da Rua Augusta

À frente de três casas no pedaço, Ronaldo Rinaldi vira o empresário mais badalado da rua boêmia

Por Juliene Moretti
Atualizado em 5 dez 2016, 11h35 - Publicado em 12 mar 2016, 00h00
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  • Elitizada nos tempos do iê-iê-iê e conhecida nacionalmente pela grande presença de prostituição nas décadas seguintes, a Rua Augusta deu uma guinada nos anos 2000, quando boates como Vegas, de Facundo Guerra, transformaram o local decadente em reduto moderninho. Nos últimos anos, o público na casa dos 18 anos tornou-se maioria, e ninguém da área captou tão bem tal mudança quanto Ronaldo Rinaldi, conhecido como DJ Click.

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    Seus estabelecimentos recebem cerca de 6 000 pessoas por semana, com espera que passa de duas horas. “A fila dobra a esquina”, orgulha-se Rinaldi. Sua estratégia: apostar em festas com repertório de artistas pop como Pharrell Williams. “Quem gosta de lugar lotado e música comercial é a nossa galera”, diz Eduardo Gavarron, gerente da Blitz Haus, que mescla os hits de rádio ao indie rock.

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    O segundo endereço do empresário, o Tex Redneck Bar, oferece karaokê, sinuca e boliche. Aberto em dezembro, o terceiro negócio, Espaço Desmanche, prioriza o som eletrônico e deu origem a um bloco de Carnaval que levou mais de 40 000 foliões pela região em fevereiro. “Eu quis diversificar a clientela”, conta Rinaldi. Algumas pessoas já começam a desdenhar do sucesso. “Ele é um marqueteiro”, afirma Alexandre Bispo, que produzia festas nos endereços até se afastar por questões de estilo. “O som virou mais do mesmo.”

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    Enquanto manda um beijinho no ombro para os críticos, Rinaldi fatura aproximadamente 13 milhões de reais por ano. Sua primeira investida boêmia, o Atari, aberto em 2003, atraía bastante gente, mas acabou fechando as portas após quase três anos de existência por denúncias de moradores incomodados com o barulho e amovimentação intensa na rua. “Eu era muito inexperiente, trabalhava sem alvará”, confessa.

    Quando não está cuidando de seus negócios na Augusta, ele se divertecom algumas velharias no apartamento que divide com o gato Gizmo na Rua Frei Caneca. Ali, mantém na garagem um Opala 1987, um Fusca 1972, uma Kombi 1971 euma moto Triumph Bonneville 2013 de customização vintage. Na coleção de armas de fogo, uma garrucha espanhola de 1870. Nos seus empreendimentos noturnos,porém, o empresário quer distância de coisas datadas. “A Blitz vai muito bem, mas não garanto que ela continue aberta em 2017. Quero fechar no auge.”

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