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OLÁ,

Dezesseis histórias de amor que nasceram de formas bem diferentes

No embalo do Dia dos Namorados, comemorado na terça (12), leitores de VEJA SÃO PAULO dividem histórias incomuns de como conheceram seu parceiro

Por Carolina Giovanelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 jun 2018, 06h00 - Publicado em 8 jun 2018, 06h00
Renata Simon e Daniel Oliveira: paixão no Itaquerão (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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Coração corintiano

Em novembro do ano passado, a administradora Renata Simon, 35, foi assistir a um jogo no Itaquerão. A poucos metros, do outro lado de um vidro que separava as arquibancadas do estádio, estava o consultor em tecnologia da informação Daniel Oliveira, 39. “Percebi que aquele careca estava me olhando muito”, lembra ela. “Fiquei incomodada, mas aí pensei: até que ele é bonitinho.” Daniel chamou a moça e os dois começaram a conversar por uma fresta da divisória. Ele a convidou para tomar uma cerveja, mas teve de se contentar com o número do WhatsApp. “Não dava para ir, nem o conhecia”, diz Renata. Após trocas de mensagens, uma semana depois, ela convidou Daniel para uma festa de uma amiga dela. Ele apareceu no bar sozinho, com a cara e a coragem. Garantiu um beijo e a companhia dela para os jogos do Corinthians desde então.

À beira da morte

dia dos namorados
Mariana Cervan e Fernando Henrique Novaes: fisioterapeuta e paciente no altar (Rodrigo Zapico/Veja SP)

O cirurgião plástico Fernando Henrique Novaes, 30, enfrentou um revés em 2014. Foi internado no Hospital do Servidor Público Estadual, na Vila Clementino, por causa da gripe H1N1. Passou seis dias em coma e onze na UTI. Nesse período, recebeu os cuidados de uma equipe que incluía a fisioterapeuta Mariana Cervan, 33, que o conheceu ainda desacordado. Após Novaes recobrar a consciência, a profissional e o paciente perceberam uma sintonia entre eles. Trocaram contatos com o intuito de ela acompanhar o quadro de saúde dele, que recebera alta da UTI, mas a conversa enveredou para outros assuntos. Um mês depois, marcaram um jantar. “Ele me deu um relógio como agradecimento”, conta Mariana. Após seis meses, foram morar juntos e, em fevereiro do ano passado, trocaram alianças.

Flerte no trânsito

Dia dos Namorados
Charles Mirante e Isabel: 22 anos de casamento após paquera no trânsito (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Era uma tarde em 1991 quando um grupo de amigas passeava de carro pelos Jardins. A bordo do veículo ao lado, dois rapazes davam trela para as moças nos bancos da frente. Trocaram olhares, sorrisos e combinaram de parar no posto de gasolina mais próximo. Charles Mirante, 49, jogou charme para Isabel, 50, e garantiu o telefone da moça. “Descobrimos que a irmã dele tinha estudado com minha irmã”, conta ela. Após muitas ligações, combinaram uma sessão de cinema um mês e meio depois. O saldo do encontro no trânsito: 22 anos de casados, dois filhos gêmeos e uma hamburgueria para cuidar.

Encontro no hospital psiquiátrico

Diagnosticada com transtorno bipolar, a aposentada Maria Lila de Oliveira, 51, foi a uma consulta em um hospital psiquiátrico em São Bernardo do Campo, em 2016. Na lanchonete, encontrou o professor Isac Montalvão, 54, que visitava sua irmã, internada no endereço. Sentaram-se próximo um do outro, ele perguntou se ela estava visitando alguém e uma conversa se iniciou. Descobriram gostos em comum, como músicas de Zeca Baleiro e Tom Zé e tênis All Star, e marcaram de se encontrar fora dali. Namoram desde então — ela morando em Santo André, e ele, em Ribeirão Pires.

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Caso de polícia

Dia dos Namorados
Daniela Brega e Rafael Von Ah: caso de polícia no amor (Arquivo pessoal/Veja SP)

Em dezembro de 2015, a empresária Daniela Brega, 39, recebeu a chocante notícia de que seu marido — com quem era casada fazia oito anos e tinha uma academia de jiu – jítsu — havia sido preso, acusado de estupro por uma aluna e de porte ilegal de arma. Ela jurava de pés juntos pela inocência do parceiro, até ver em imagens de uma câmera de segurança o carro da família saindo na data do crime. Dias após a prisão, o investigador Rafael Von Ah, 37, visitou a casa de Daniela para uma perícia. “Naquele momento, nem dei bola para ele, pois estava preocupada com outros problemas”, lembra ela.

Passaram-se oito meses até os dois se cruzarem de novo em uma audiência, como testemunhas. A moça havia perdido 17 quilos devido ao trauma e o policial não a reconheceu. Na sala de espera, o agente puxou papo e paquerou Daniela. Após a audiência, ao descobrir de quem se tratava, Von Ah não criou coragem para pegar seu telefone. Conseguiu o número depois, com um amigo em comum. “O Rafael me mandou mensagem, engatamos um papo e ele disse que precisava falar sobre o processo ao vivo”, recorda. No encontro, a conversa, entretanto, mal entrou no assunto do crime, pelo qual o marido de Daniela foi condenado a dez anos de prisão. “Três meses depois, quando ele terminou com a namorada, começamos de vez uma relação e estamos juntos há dois anos”, comemora Daniela.

Do cemitério à igreja

O casal formado pelo comerciante Bruno Leite, 32, e pela auxiliar administrativa Marília, 29, transformou um momento de tristeza em alegria. Em 2013, ele viajou de São Paulo para Riacho de Santana, no Rio Grande do Norte, onde tinha parentes, para o velório da avó. A moça potiguar tinha conhecidos na cerimônia, onde encontrou Bruno pela primeira vez. Cumprimentaram – se brevemente e trombaram dois dias depois, em um bar, junto de amigos em comum, quando então ficaram pela primeira vez. Após a volta de Bruno para São Paulo, o casal permaneceu em contato constante e viajava para matar a saudade. Seis meses depois, Marília se mudou para a capital, onde mora até hoje com o marido.

União de fazer a cabeça

Bruna e Luiz _ Casais que se conheceram de modos inusitados _ Dia dos namorados
Bruna Kraus e Luiz Carlos Alves: do salão para o altar (Ricardo D'angelo/Veja SP)
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Há dezenove anos, a então recepcionista Bruna Kraus, 38, foi cortar as madeixas em um salão na rua de seu trabalho, em Santo Amaro. Ali, topou com o cabeleireiro Luiz Carlos Alves, 41. A dupla se deu bem. O profissional usou, então, o telefone do cadastro da cliente para ligar para ela na mesma semana perguntando se tinha gostado do serviço. Bruna logo deu um jeito de voltar ao endereço para fazer escova com… Carlos, é claro. “Nesse dia, ele me chamou para tomar um suco na cozinha e, na hora de se despedir, me deu um beijo”, recorda. Seis anos atrás, o casal, que tem dois filhos e mais um a caminho, inaugurou o próprio salão de beleza, também em Santo Amaro. A união rendeu a Bruna uma mudança de profissão: hoje, ela atua como maquiadora.

Casal nas alturas

Dia dos Namorados
Luciana e Sidney, que se conheceram em um curso de rapel (Arquivo Pessoal/Veja SP)

Foi a cerca de 30 metros de altura que a gerente financeira Luciana Lourenço, 41 anos, e o administrador de redes de informática Sidney, 50, descobriram o amor. Em 2005, ela fez um curso de técnicas verticais para aprender sobre os processos do rapel no viaduto do Metrô Sumaré. Sidney era o instrutor. A primeira descida juntos e a química entre eles, ambos ligados em aventura, levaram a uma troca de contatos pela internet. O casamento veio em 2008, seguido de viagens repletas de escaladas, caminhadas por montanhas e adrenalina.

Alô, paixão

Em 2004, o técnico em edificações Gunter Klippel, 32, aproveitou o plano de celular com ligações gratuitas para passar um trote. O telefonema foi para a arquiteta Ariane, 34, que achou que algum conhecido a estivesse sacaneando e acabou dando corda ao papo, cada vez mais interessante. As ligações se seguiram por uns dias, ou melhor, por anos. O futuro casal se falava também pelas redes sociais. “Na primeira vez em que vi uma foto dele, achei que não fazia meu tipo, mas ele era muito legal”, diz. Ariane não quis se encontrar com Gunter de imediato, pois namorava na época. Dois anos depois, enfim, saíram. “No mesmo dia, ouvi que eu era a mulher da vida dele”, lembra. “Estamos casados há onze anos.”

Janela indiscreta

São Paulo 05 junho 2018Especial Dia dos NamoradosFoto Alexandre Battibugli
Midiã Brito e Danilo Nogueira: paixão na vizinhança (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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A administradora Midiã Brito, 38, morava no 1º andar de um prédio em Pinheiros; o publicitário Danilo Nogueira, 38, no 2º. Ela foi à janela fumar e ele abriu o vidro no mesmo momento. Em vez de trocarem apenas um aceno, começaram a conversar. A moça estava com uma amiga em casa e convidou o desconhecido, que também estava com um colega no apartamento, para descer. Ao tocar a campainha, o ousado rapaz, de quem Midiã ainda nem sabia o nome, alertou: “Aqui é seu gogo boy”. Saíram, então, todos para uma balada na região. Sete meses mais tarde, após engatarem um namoro, ela se mudou para o apartamento de Danilo. Estão juntos há treze anos e têm uma filha.

Que tiro foi esse?

Após uma separação conturbada, em 1993, Vanda Hubacher, 62, se inscreveu em um curso para aprender a atirar. “Ao ser apresentada ao meu instrutor, senti que ele era o cara”, conta. O professor em questão, Sergio Nascimento, 52, era sempre muito solícito. Em uma das vezes, Vanda deu uma carona ao tutor, pois ambos moravam na Zona Norte. Ele emprestou o casaco a ela, que jogou verde: “Meu perfume vai ficar na sua jaqueta. Sua namorada não vai notar?”. Quando ouviu que o rapaz era solteiro, correu para o abraço. Neste ano, o casal, hoje aposentado, completa 25 anos de união.

Acabou em pizza (e casamento)

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Camila Lima e Andrea Conte: acabou em pizza (e casamento) (Raquel Toth/Veja SP)

A coordenadora comercial Camila Lima, 29, foi jantar na pizzaria do megaempório Eataly, no Itaim, em março do ano passado. Sentou-se ao balcão, onde trocou olhares com o pizzaiolo italiano Andrea Conte, 25. A amiga que a acompanhava “roubou-lhe” o celular quando ela foi ao banheiro e adicionou o chef no Facebook, após procurar na rede pelo nome que viu estampado em seu dólmã. Na mesma noite, trocaram mensagens. Duas semanas depois, rolou o primeiro beijo. “A partir daí, não nos largamos mais”, diz Camila, que agora não precisa mais sair de casa para apreciar uma boa pizza. A dupla se casou em fevereiro e acaba de se mudar para Londres.

Cantada de metrô

A pedagoga Nathalia Carielo, 32, viu o designer Fabrício Silva, 37, em um vagão de metrô e não conseguiu mais desviar o olhar dele. “Mentalizei para ele descer na mesma estação que eu, a Artur Alvim, e aconteceu”, afirma ela. Na saída da catraca, o rapaz disparou uma cantada fraca, mas bem-sucedida: “Vai para a direita ou para a esquerda?”. Seguiram na mesma direção até cada um embarcar em seu ônibus. Antes, ele pediu o e -mail dela. O contato continuou na internet logo que chegaram em casa. Os pombinhos estão casados há quase uma década e têm dois filhos para cuidar.

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O abraço que foi um golaço

Dia dos Namorados
Rosely e Celso: comemoração rendeu casamento (Alexandre Battibugli/Veja SP)

Na histórica final da Copa de 1970, a dona de casa Rosely, 61, e o despachante Celso Montuori, 64, assistiam ao jogo em uma lanchonete perto da casa de ambos, na Mooca. Quando o Brasil fez um gol, os dois desconhecidos se abraçaram para comemorar. Depois disso, com amigos em comum, passaram a se esbarrar em outros eventos do bairro. “Tivemos um namoro à moda antiga. Eu era muito nova quando o conheci, com 13 anos”, lembra Rosely. Hoje, são vizinhos do local da extinta lanchonete onde se conheceram. Têm um casal de filhos e quatro netinhos.

Atropelamento de esqui

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Verônica Pinheiro e Rolando Castillo: atropelamento de esqui (Arquivo Pessoal/Veja SP)

Em 2015, a psicóloga Verônica Pinheiro, 30, resolveu passar uns meses em Santiago, no Chile. Certo dia, visitou o Valle Nevado para andar de esqui. A pouca prática, entretanto, levou-a a “atropelar” o empresário nativo Rolando Castillo, 46. “Ele começou a me xingar, e eu não entendia nada”, lembra ela. “Fiquei com medo de que aquele homem de quase 2 metros fosse me bater e comecei a chorar.” Logo os ânimos se acalmaram, e os dois foram tomar uma água por ali, depois um café, um vinho… e seis horas de papo. “Perdi todo o passeio, mas valeu a pena.” No outro dia, rolou jantar com beijo. Após dois meses, já moravam juntos. Verônica não voltou mais para São Paulo: “O coração falou mais alto, e estou agora congelando nesse frio.”

Bendito temporal

Uma chuvarada em 1985 levou a gerente de vendas Cristiany Bonadia, 49, a se abrigar no primeiro portão aberto que viu. A casa, em Pirituba, era do advogado Renato Cruz, 54, e de sua mãe. O temporal durou uma hora, tempo de sobra para que os jovens se conhecessem. Eles continuaram se encontrando pelo bairro e passaram a namorar. Separaram-se cerca de sete anos depois — Cristiany se casou com outro e em seguida se divorciou. Em 2005, cruzaram-se na frente do mesmo fatídico portão e reataram a relação, que dura até hoje.

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