Muito comuns tanto em metrópoles quanto em pequenas cidades fora do Brasil, as casas especializadas em uma única atração culinária eram uma raridade em São Paulo. De dois anos para cá, esse panorama vem mudando completamente. Há cada vez mais lugares que se dedicam a elaborar apenas uma receita. A recém-inaugurada Faire La Bombe, em Pinheiros, por exemplo, mantém na vitrine só bombas com diferentes tipos de recheio e cobertura. Em vez de afugentar a clientela, o doce exclusivo tornou a confeitaria um sucesso desde a inauguração, no início do mês passado. Em Perdizes, o Oh!melete expede somente omeletes com jeito diferentão. Ovos orgânicos batidos transformam-se em lâminas finas na frigideira e ganham uma variedade de recheios.
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Às novas lojas de guloseimas, que incluem até uma fabriqueta de bolachas decoradas com glacê, vem se somar um dos pioneiros no gênero. É o tradicional restaurante português Presidente, no Brás. Aberto há quase cinco décadas, tornou-se um dos mais longevos de sua categoria sem nunca ter se desviado de seu propósito original: servir receitas de bacalhau e mais nada. Abaixo estão dez locais especializados onde o menu se tornou praticamente dispensável. Confira:
Só bombas
Na culinária francesa, o nome desse doce que explode na boca à primeira mordida é éclair. Mas a chef e sócia curitibana Mariana Araujo prefere chamar as delícias de sua vitrine de bombas. São treze coloridas variedades feitas diariamente na cozinha envidraçada no fundo do salão. A versão clássica leva recheio de creme de baunilha e cobertura de chocolate francês Valrhona. Prove também a de mirtilo, que combina a fruta com queijo mascarpone e merengue. Pistache, amêndoa e frutas vermelhas são outras boas opções. A guloseima pequena, de 7 centímetros, custa de R$ 3,50 a R$ 4,50.
Onde: Faire La Bombe
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Só waffles
Belga radicado em São Paulo há quase três anos, Jochen Stevens comanda a pequena loja. Por dia, ele chega a preparar até 100 unidades dessas panquecas em formato de favo de mel. Seu trunfo é assá-las na hora, garantindo uma massa sempre fresca e crocante. Revelam-se pedidas mais originais as salgadas, cobertas como uma pizza. Vale por uma refeição a tricolor, combinação de mussarela, tomate seco e azeitona preta (R$ 19,50). Mas são as versões doces, como a de banana com açúcar de confeiteiro acompanhada de doce de leite (por R$ 13,00), que deixam saudade. Novidade: a de cream cheese e morango fresco (R$ 18,50).
Onde: Opakee Belgian Waffles
Só tortas
Sabe aquele dia em que bate uma preguiça de cozinhar em casa? Deixe a mineira Maria Jose Cunha Rosa fazer o trabalho por você. Na sua loja, estão disponíveis doze variedades de tortas salgadas. Levam recheios como frango com catupiry, presunto e queijo e abobrinha. Inteira, rende oito fatias grandes e custa R$ 40,00. Se a fome for menor, leve uma porção individual, como a de palmito na massa integral, por R$ 7,00.
Onde: Torta Maria
Só bolachas
Graciosos e perfumados, os biscoitos são preparados aqui em cinco sabores: baunilha, água de flor de laranjeira, paçoca, especiarias (R$ 7,00 cada pacote de 100 gramas) e chocolate (R$ 10,00). Para as crianças, há bolachinhas enfeitadas com flores, corações e animais em glacê. Os adultos podem curtir as moldadas com posições do “Kama Sutra”. Cada uma custa de R$ 3,00 a R$ 5,00. Há ainda a opção de massa um pouco mais espessa e fixada num palito (R$ 4,00).
Onde: Fernanda Ribeiro Bolachas Decoradas
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Só quindins
Quituteira de mão-cheia, Cátia Farias Fantone assa sozinha na cozinha de casa até 4.500 quindins por semana. Os doces são vendidos numa loja de 17 metros quadrados decorada por azulejos portugueses. A gulodice de gema de ovo e coco ganhou também versões diferentes com maracujá e chocolate. Custam R$ 3,20 ou R$ 3,50 cada uma.
Onde: Bendito Quindim
Só bolos
Nada de coberturas nem recheios carregados de açúcar. O objetivo de Renata Frioli é oferecer bolos inteiros simples, iguais aos feitos em casa por avós caprichosas. Na sua loja, o perfume que sai dos fornos é de dar água na boca. Mas não dá para comprar uma única fatia e comer lá mesmo. Ainda bem: assim é possível levar para casa e desfrutar uma das quinze versões, como limão com iogurte, cenoura, coco e laranja. Cada uma custa R$ 18,00.
Onde: Bolo à Toa
Só omeletes
A chef Renata Ostrovsky quebrou a cabeça (e muitos ovos) até ter a ideia de criar uma casa especializada em omeletes. Com dois ovos orgânicos, ela faz uma fina lâmina e depois a recheia ao gosto do cliente. Uma das sugestões mistura espinafre, molho bechamel e parmesão (R$ 12,00) e outra, queijos gruyère e emmental (R$ 13,00). Na hora de escolher o acompanhamento, a variedade de opções é maior e inclui salada, legumes grelhados e pães feitos lá mesmo.
Onde: Oh!melete
Só contrafilé com fritas
Decalcado no modelo de casas de sucesso em Paris, o estilo do menu proposto pelo chef Olivier Anquier não poderia ser mais simples e apetitoso. Concentra-se em apenas um prato. É um bife de contrafilé, não muito alto, banhado por um molho untuoso e esverdeado cuja fórmula é mantida em segredo. Recebe a companhia de fritas crocantes, que chegam à mesa sem parar. Custa R$ 58,00 com uma salada.
Onde: Bistrô l’Entrecôte d’Olivier
Só bacalhau
Entrada e pratos do restaurante português têm como matéria-prima essencial o nobre pescado “Gadus morrhua”. Ele dá sabor aos bolinhos (R$ 3,00 a unidade). Há seis sugestões principais. Mais pedida delas, a versão grelhada é uma posta dourada no azeite ao alho com brócolis e batata corada. Aparece no cardápio em porções que variam do tamanho individual (R$ 80,00) à quantidade suficiente para quatro apetites (R$ 349,00).
Onde: Presidente
Só lámen
Sempre lotado, o pequeno restaurante japonês atrai diariamente uma leva de fãs que aparece para saborear o lámen, espaguete oriental importado do Japão. A massa, preparada de catorze maneiras, tem entre as preferidas a versão intitulada hiyashi tchuka (R$ 23,00), própria para os dias quentes. Servida fria, combina o macarrão ao molho de shoyu, broto de feijão, algas wakame e nori, tomate, pepino, crepe de ovo, gergelim e carne de porco.
Onde: Lamen Kazu