O deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira (3) durante a sessão plenária na Assembleia Legislativa de São Paulo que tiraria uma pessoa transexual no tapa caso encontrasse com uma no banheiro.
“Se por um acaso, dentro do banheiro de uma mulher que a minha mãe ou a minha irmã for utilizar entre um homem que se sente mulher, eu não estou nem aí. Eu vou tirar ele lá de dentro primeiro no tapa. E depois chamar a polícia para levar ele embora. Porque é esse o ponto a que chegamos no Brasil”, disse Garcia, que também é vice-presidente do movimento conservador Direita São Paulo. “Esse homem pode ter arrancado o que ele quiser, ou colocado o que ele quiser. Acho que é preciso respeitar a biologia e os valores do nosso povo”.
A declaração de Garcia foi em resposta a um discurso feito anteriormente pela deputada Erica Malunguinho (PSOL), a primeira parlamentar transexual eleita na história da Assembleia.
Erica estava criticando um projeto de lei proposto por um deputado da Igreja Universal do Reino de Deus que proíbe a participação de atletas transexuais em esportes femininos.
A fala de Garcia provocou uma série de reações de outros parlamentares. No Twitter, a deputada Mônica Seixas (PSOL), afirmou que sua correligionária foi “vítima de transfobia”.
Também deputada pelo PSOL, Isa Penna foi às redes sociais para defender Malunguinho. No texto, a parlamentar disse que Garcia incitou o ódio e a discriminação em plenário.
A bancada do PSOL informou que já protocolou uma representação contra Garcia no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar. A medida também recebeubo apoio da bancada do PT, do PCdoB e da Rede Sustentabilidade.
“Acabei de protocolar. O que ele fez foi muito grave”, afirmou o deputado Carlos Giannazi (PSOL), líder da bancada da legenda na Assembleia. No requerimento, o PSOL pede que o colegiado puna Garcia com perda de mandato.