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Delator da máfia do ISS é preso em flagrante cobrando propina

Luís Alexandre Cardoso de Magalhães foi detido após receber dinheiro para não denunciar fiscal em investigação

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h22 - Publicado em 18 jun 2015, 08h47
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  • O ex-auditor fiscal da Secretaria de Finanças de São Paulo Luís Alexandre Cardoso de Magalhães foi preso em flagrante, no começo da noite desta quarta (17), em uma operação conjunta da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e da Controladoria Geral do Município.

    Delator e ex-integrante da máfia do imposto sobre serviços (ISS), Magalhães estava cobrando propina de fiscais da Secretaria Municipal de Finanças para não incluí-los em uma nova rodada de delações premiadas em andamento no Ministério Público, segundo os agentes.

    A detenção se deu após o ex-integrante da máfia receber 70 000 reais do fiscal Carlos Flávio Moretti Filho, que estava lotado na Secretaria Municipal de Finanças. A prisão ocorreu no Bar do Berinjela, na Praça Vinte de Janeiro, no Tatuapé, Zona Leste.

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    Moretti é alvo de processo disciplinar da controladoria desde outubro. Nesta sexta (19), Magalhães seria ouvido pelo Departamento de Procedimentos Disciplinares da prefeitura como testemunha do caso. O dinheiro seria um “cala a boca”, para que ele não contasse o que sabia do ex-colega.

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    Segundo investigações do Ministério Público, que também já tem inquérito aberto contra Moretti, o fiscal intermediava negociações entre a máfia do ISS e a construtora Elias Victor Negri – conhecida pelos prédios de estilo neoclássico no bairro de Higienópolis, região central. A construtora coopera com o MP. Ele ficaria com cerca de 15% do valor pago pela empresa à máfia. Após ser preso, Magalhães foi levado para a Delegacia de Polícia de Proteção à Cidadania, na Avenida São João.

    Delações

    Desde o começo do ano, o Grupo Especial de Delitos Econômicos, do Ministério Público, tem feito novas rodadas de delações premiadas envolvendo servidores de finanças da prefeitura. Uma força-tarefa, que inclui a Secretaria de Finanças e a Controladoria Geral do Município, está rastreando a distribuição de dinheiro obtido por esquemas de desvios no ISS e no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) entre servidores e políticos.

    Magalhães se mostrou disposto a colaborar com os promotores. Mas desta vez, com bens congelados e ainda mantendo um padrão de vida milionário – com passeios de barco e em carros importados – o ex-fiscal viu, segundo o Ministério Público, uma chance de levantar mais dinheiro achacando servidores da prefeitura.

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    Réu confesso, o fiscal teve 26 imóveis congelados pela Justiça quando a máfia do ISS foi descoberta, em 2013. A operação que desmontou o esquema havia prendido quatro pessoas – além de Magalhães, os fiscais Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral e o chefe de arrecadação da gestão Gilberto Kassab (PSD), Ronilson Bezerra Rodrigues. 

    Em menos de vinte e quatro horas depois das prisões, Magalhães já havia confessado o esquema e se voluntariado para entregar os colegas em troca de reduções de penas. Ele ficou famoso por uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo, em que dizia ter gastado todo o dinheiro que obteve com garotas de programa e festas. Disse também que era “difícil” ser bandido.

    No fim de 2014, com quatro denúncias formais já aceitas e sendo analisadas pela Justiça paulista, ele postou fotos em uma rede social em que aparecia fumando charuto e pilotando uma lancha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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