Riponga
Os cabelos pedindo uma tesoura e a camiseta de ontem a denunciam. Hábitos de higiene pessoal e organização não são seu forte. Raramente lava as mãos e se confunde com os conceitos de lavar e esterilizar. Ela deixa os brinquedos, sapatos da criança e chupeta espalhados pela casa e não lava a mamadeira logo após o uso. O antídoto contra o desleixo da moça é um treinamento intensivo. Se os pais não tiverem disponibilidade ou traquejo para tanto, a solução é encaminhá-la para um curso ministrado por agências de contratação de babás.
Íntima
É aquela que se sente um ente querido e ignora a relação profissional. Depois de um fim de semana na praia com os patrões, volta chamando a dona Fátima e o senhor Fernando de Fá e Fê. Ela recebe as visitas com beijinhos e se mete nas conversas do casal. Para controlá-la, são necessárias uma conversa dura que aponte os problemas e a imposição de atitudes profissionais dentro de casa. Exija o tratamento de “senhor” e “senhora”, adote o uniforme sempre e cobre um relatório das atividades das crianças ao fim do dia.
Dominadora
Experiente na profissão, ela assume a postura professoral em relação aos pais e diz saber melhor do que eles o que é bom para os filhos. Chega a disputar o carinho e a atenção dos pequenos, tornando-se um obstáculo para os momentos de privacidade. Seu alvo fácil são as mães de primeira viagem, com quem costuma gritar “não é assim” ao vê-las fazendo algo sozinhas. O lado bom de tudo isso é que, em geral, ela tem muito a ensinar. Os pais só precisam se impor e impedir que a dominadora exerça o papel que é deles.
Mexeriqueira
Ela adora o parquinho, pois é ali que reporta toda a intimidade da família aos outros. Compara seu salário com o das colegas, refere-se aos patrões com apelidinhos jocosos e conta, tim-tim por tim-tim, as brigas do casal. Detectar esse tipo já na entrevista é fácil. Basta perguntar algo sobre a vida pessoal dos antigos chefes, e ela logo solta a tramela.
Mary Poppins
Sim, ela existe. Há casos de babás que, além de ser de inteira confiança da família, aproximam pais e filhos, têm jogo de cintura para domar os mais sapecas e ainda dão conta do recado no caso da ausência constante da mãe.
As crianças protestam quando a babá está de folga, e é ela a primeira a receber um abraço se vai junto buscá-las na escola. De tão boa, acaba despertando o ciúme dos pais. Quem se sente assim deve aproveitar os momentos em que a babá não está por perto para estreitar os laços com os filhos.
Tarefas rotineiras como mamadas, banhos e lições de casa são grandes oportunidades. Também vale trocar a folguista por uma faxineira em fins de semana. Assim, a nova funcionária cuida da organização da casa enquanto os pais são exclusividade dos pequenos.
Carrancuda
De tão competente, costuma ser irrepreensível, o que faz com que os patrões tolerem sua cara fechada. Leva a relação profissional que há entre ela e a família ao extremo e não dá abertura para brincadeiras ou situações de intimidade. Nada contra a criança.
Ela está ali mesmo é para trabalhar. Pouco há que fazer para mudar esse perfil. Se o temperamento fechado for muito incômodo, fale abertamente que gostaria de ter uma pessoa mais alegre e bem-humorada por perto. Existe o risco, porém, de que, na tentativa de não perder o emprego, ela adote uma postura mais animada que, ao mesmo tempo, parecerá falsa.
Antes de contratar…
– Fique atenta às referências
É muito comum que as candidatas forneçam telefones falsos como se fossem de antigas patroas. Uma boa ideia é marcar conversas na casa dessas pessoas.
– Peça carteira de trabalho, RG, CPF, comprovante de residência e telefone
No site da Secretaria de Segurança Pública (www. ssp.sp.gov.br/servicos/atestado), podem-se conseguir atestados de antecedentes criminais para RGs de São Paulo. Outra opção é ir a postos do Poupatempo.
– Não se contente com a simples indicação de uma amiga
Pergunte detalhes sobre personalidade, hábitos de higiene e experiência profissional.
– Entreviste grupos pequenos
Agende cerca de três pessoas. Se nenhuma for a escolhida, parta para outras três, até encontrar a babá ideal.
– Oriente desde o princípio
Já na entrevista, mostre quais são as regras da casa e exponha o que você espera dela.
– Considere contratar uma agência
Empresas sérias checam referências e antecedentes criminais, organizam documentos e até treinam babás antes de colocá-las no mercado.
– Forme sua própria babá
Empregadas de confiança podem passar a cuidar dos seus filhos. Há cursos que ajudam na transição.
Fontes: Ângela Clara Corrêa, psicóloga da Unire Desenvolvimento Humano; Kanguruh Babás; Roberta Palermo, terapeuta familiar