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Barracos somem, mas consumo continua o mesmo na cracolândia

Seis hotéis da região abrigam cerca de 350 cadastrados em projeto da prefeitura, que busca retirar os viciados da rua

Por Luan Flavio Freires
Atualizado em 5 dez 2016, 15h19 - Publicado em 17 jan 2014, 20h12
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  • Os barracos deixaram as calçadas, mas a rotina na região conhecida como cracolândia permanece a mesma. Dezenas de pessoas lotam as ruas para consumir livremente a droga. Às 16h15 desta sexta-feira (17) a reportagem de VEJASAOPAULO.COM visitou a área que passou, nesta semana, pela Operação de Braços Abertos. No projeto, 350 pessoas que moravam em barracas nas ruas Dino Bueno e Helvétia foram instaladas em hotéis da região. O projeto também oferece vagas de varrição e zeladoria de praças para os cadastrados, que devem trabalhar quatro horas diárias e receber 15 reais por dia trabalhado.

    + Prefeitura aposta em ação integrada para acabar com “favela do crack”

    Primeiro, os usuários se reuniram na Rua Barão de Piracicaba para consumir a droga. Depois que uma viatura da Polícia Militar passou por ali, eles se dispersaram e seguiram para a Rua Dino Bueno e lá permaneceram.

    O uso da droga não impossibilita a participação no programa da prefeitura. De acordo com José Alexandre Sanches, secretário adjunto do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, nem todos começaram a trabalhar e a adesão será feita gradualmente. “Ontem (quinta) foram formados cinco grupos de trabalho, totalizando oitenta pessoas”, comentou. “Hoje, 100 pessoas trabalharam. Até segunda, queremos formar mais dois ou três grupos.”

    A capacitação está sendo feita “na prática”. Assim que todos começarem as atividades, o treinamento deve ser feito diariamente. “Eles serão capacitados durante duas horas todos os dias e receberão todo o treinamento e apoio para que realizem as atividades”, disse Sanches. Além disso, aqueles que possuírem habilidade para outras atividades serão encaminhados para as suas respectivas áreas.

    O programa autoriza os cadastrados a ficar até um ano instalados nos hotéis, com possibilidade de prorrogação da estadia pelo mesmo período. Segundo Sanches, o principal objetivo do projeto é que eles saíam por conta própria do local assim que se estabelecerem.

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    Luciene, 42 anos, recebeu a reportagem no quarto em que está hospedada no Seoul, localizado na esquina da Barão de Piracicaba com a Helvétia. Ela é exceção entre os cadastrados: conseguiu uma vaga de trabalho no próprio hotel, como faxineira, recebendo 450 reais mensais.

    “Foi tudo de bom na minha vida esse projeto.” Segundo ela, o programa foi muito bem recebido pelos beneficiados: “Tá todo mundo feliz. Eu não tinha nada na minha vida, hoje, tenho tudo.”

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