A Secretaria Municipal de Cultura estuda diminuir em 30% o salário dos artistas e maestros que integram os corpos estáveis do Teatro Municipal. Segundo a atual gestão, a medida impediria demissões nos grupos artísticos da casa.
A proposta deve ser executada em julho, logo após o fim do edital que decide qual nova instituição cuidará da administração do Teatro. Sai de cena o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, que assume a gerência da instituição e é citado entre os suspeitos de desviar 30 milhões de reais do Teatro Municipal.
Segundo o Secretário Municipal de Cultura, André Sturm, a atual administração municipal herdou da gestão passada uma dívida de aproximadamente 7 milhões de reais em salários atrasados e pendências na infraestrutura do local. Atores internacionais que participaram das óperas Fosca e Elektra, no ano passado, também alegam que ainda não receberam seus pagamentos.
Apesar do cenário, Sturm garante que não haverá demissões. “Quem ganhar essa licitação não poderá trocar nossos corpos estáveis, a nova instituição terá que recebê-los”, afirma.
Fazem parte dos corpos estáveis da instituição: a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico, o Coral Paulistano, o Balé da Cidade, o Quarteto de Cordas da cidade de São Paulo e a Orquestra Experimental de Repertório totalizando mais de 300 artistas.
A diminuição dos salários completa o cenário de crise na música clássica da cidade. Em fevereiro, a Banda Sinfônica de São Paulo foi desmanchada causando a demissão de 65 componentes. Na semana passada, a Orquestra do Theatro São Pedro também perdeu dezenove músicos. Ambos os programas eram iniciativas do Governo do Estado.