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CoronaVac: 94,7% dos voluntários de testes não apresentam efeitos adversos

Em entrevista coletiva, governo de São Paulo divulga dados de estudo e garante "excelente perfil de segurança da vacina chinesa"

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h31 - Publicado em 23 set 2020, 15h29
A imagem mostra uma mão colocando uma agulha dentro de um ampola.
 (Tânia Rêgo/ Agência Brasil/Divulgação)
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O governador do estado de São Paulo, João Doria, afirmou que 94,7% dos mais de 50 000 voluntários testados na China não apresentaram efeitos colaterais à vacina CoronaVac. O dado faz parte de um estudo divulgado em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (23), no Palácio dos Bandeirantes.

“Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança e comprova também a manifestação feita pela Organização Mundial da Saúde, indicando a Coronavac como uma das 8 mais promissoras vacinas em desenvolvimento no seu estágio final em todo o mundo”, disse Doria.

De acordo com os dados divulgados pelo governo, a pesquisa testou 50.027 voluntários na China e só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo em 5,36% daqueles que foram imunizados, sendo os mais frequentes dores leves no local da aplicação em 3,08%, fadiga em 1,53% e febre moderada nos outros 0,21%.

O governador de São Paulo, para ilustrar a situação, fez a comparação com outra vacina. “A vacina da gripe, por exemplo, produzida aqui pelo Instituto Butantan, em São Paulo, para todos os brasileiros, apresenta efeitos adversos pouco nocivos, como dor no local da aplicação e não mais do que 10% da totalidade dos que são vacinados apresentam alguma reação dessa natureza”.

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Neste mês de setembro, crianças e idosos começaram a ser testados na China. Segundo o estudo, até o momento 422 pessoas maiores de 60 anos foram vacinadas e a imunização teve 97% de eficácia. Também foram vacinados 552 voluntários com idade entre 3 e 17 anos.

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No Brasil, os testes da CoronaVac estão na terceira fase. 5.584 voluntários foram contemplados até o último dia 21. No total, 9 000 receberão a vacina ou o placebo. Essa vacina está sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan 

O diretor do Instituto, Dimas Covas, diz que os testes devem ser ampliados para 13 000 voluntários no país. Segundo ele, a expansão para as fases subsequentes já foi aprovada pela Anvisa. Grupos de riscos, como idosos e crianças, serão incluídos nessa fase de testes. 

O representante do laboratório Sinovac na América do Sul, Xing Han, também participou da entrevista coletiva, acompanhado de um tradutor. Ele afirmou que daqui a um ou dois meses os resultados finais da terceira fase devem ser divulgados.

Eficácia da vacina

Segundo João Doria, em estudo anterior com 24 000 voluntários, sendo 421 com mais de 60 anos, a resposta imunológica dos idosos submetidos aos testes da vacina ficou entre 98% e 99%. Nesta quarta-feira, ele voltou a mencionar o estudo feito na China que apontou eficácia da vacina nas duas primeiras fases.

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“Além de segura, a CoronaVac está se mostrando altamente eficiente. Na China, demostraram que a CoronaVac apresentou 98% de eficiência na imunização das pessoas que foram lá testadas”, disse o governador na coletiva.

Apesar disso, Dimas Covas afirmou que ainda que não existem dados disponíveis em relação à eficácia real da CoronaVac. “Além de afirmarmos que não houve efeitos adversos graves, nós ainda não temos os dados disponíveis em relação a eficácia. A eficácia será incluída uma vez que terminada a inclusão dos 9 000 voluntários com duas doses vacinais. A partir do dia 15 de outubro poderemos ter o aparecimento dos dados de eficácia que permitirá o registro da vacina na Anvisa. A Sinovac iniciou também um estudo de fase 3 na Turquia e isso vai corroborar o processo de registro dessa vacina no mundo” explica o diretor. 

Campanha de vacinação

O governador de São Paulo prevê que a vacinação comece na segunda metade de dezembro em médicos e paramédicos. “Deveremos por óbvio aguardar a finalização desta terceira e última fase de testagem, os seus resultados e obviamente a aprovação da Anvisa. Mas já em dezembro, na segunda quinzena poderemos iniciar a imunização de acordo com os critérios de vacinação adotados pela secretaria da saúde do estado de São Paulo e dentro do protocolo também do Ministério da Saúde. E os primeiro que receberam a vacina, obviamente serão médicos e paramédicos”, explica na entrevista coletiva.

João Doria afirmou na última segunda-feira (21) que toda a população do estado de São Paulo será vacinada contra a Covid-19 até fevereiro de 2021. “Aos brasileiros de São Paulo garanto que teremos a vacina para atender a totalidade da população já no final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021. Temos que, evidentemente, terminar esta terceira fase de testagem e esperamos que tudo ocorra bem”, explicou na ocasião. 

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O Instituto Butantan vai receber as primeiras 5 milhões de doses da vacina e é esperado que até dezembro o total importado chegue a 46 milhões de doses. Em 2021, a expectativa é de que 100 milhões de doses cheguem ao Brasil.

Além da importação, o governo de São Paulo irá ampliar a fábrica de vacinas no Instituto Butantan em novembro deste ano. A obra deve ser concluída no segundo semestre de 2021 e servirá para produzir não só vacina para a Covid-19, mas também para outras doenças. Nesse anúncio, o governador também disse que o projeto terá o custo total de R$ 160 milhões, dos quais R$ 97 milhões já foram arrecadados com a iniciativa privada.

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