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OLÁ,

Coquetéis ganham receitas inusitadas

Em diversos bares da cidade, preparar um drinque é quase uma arte

Por Nathalia Zaccaro
Atualizado em 14 Maio 2024, 11h20 - Publicado em 11 nov 2011, 23h50
Margarita, do Lab Club - drinques - 2243
Margarita, do Lab Club - drinques - 2243 (Divulgação/)
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Uma folheada na carta de bebidas dos bares paulistanos mostra que os criadores de coquetéis estão perdendo pudores em suas inovações. As misturas da temporada incluem ingredientes como clara de ovo, néctar de gengibre, infusão de chá-preto, manjericão-roxo, tomate-cereja e até caviar. O capricho nos copos, no gelo e nos enfeites completa a receita. Agora é só brindar!

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Frutas improváveis

Mirtilo e toranja são os nomes nacionais para duas frutas pouco conhecidas por aqui, mas que estão pipocando nos cardápios da capital: blueberry e grapefruit. De sabor cítrico e amargo, essa última pode ser experimentada no misto de bar e club Sonique, acompanhada de vodca e vinho (23 reais). Já no Suíte Savalas, bem em frente ao Cemitério da Consolação, é servido um caprichado mojito repleto das pequenas blueberries (19 reais).

Onde: Suíte Savalas

Nada mais brasileiro do que bebericar a mistura colorida de cachaça com açaí. Criação de Marcelo Serrano, eleito o barman do ano pela edição especial “Comer & Beber”, o drinque, batizado de nego (21 reais), leva ainda néctar de gengibre e suco de limão-siciliano. A apresentação sóbria é uma estratégia de Serrano. “Optei por copo de conhaque para dar um glamour a nossa cachaça”, afirma.

Onde: MyNY Bar

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Para fazer alusão ao nome da casa, o mojito de fruta-do-conde (19 reais) está no cardápio da Mercearia do Conde há um mês. “Estudei várias fórmulas, mas a mistura com rum, limão e hortelã foi imbatível para combinar com a delicadeza do sabor da fruta”, explica o autor da invenção, o barman Ray Souza.

Onde: Mercearia do Conde

Feira etílica

Uma das apostas da safra são misturas que usam vegetais, na linha do rocket martini (23 reais), do SubAstor, na Vila Madalena. Depois de assistir a uma aula de culinária pela televisão, a equipe de bar da casa resolveu usar a refrescante saladinha de rúcula com morangos frescos que aparecia na telinha como base de um drinque. Os ingredientes são misturados com gim, licor de lichia e um purê de morango. “Para acertar na textura, antes, sempre bato a fruta com água, açúcar e suco de limão. Fica uma delícia”, garante o barman Júnior WM.

Onde: SubAstor

Pepinos podem ser o pesadelo verde da criançada, mas no Alberta #3 eles são sucesso entre os mais crescidos. Macerado e misturado com Cointreau, vodca e suco de limão, o legume ainda decora a charmosa tacinha do drinque. Os interessados em provar o pepino etílico precisam desembolsar 24 reais.

Onde: Alberta #3

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O balcão em formato de semicírculo do escurinho At Nine, em Cerqueira César, esconde uma variada gama de drinques. Entre as receitas inusitadas está a do cucumber pear (34 reais), que mistura a dupla tomate-cereja e pepino com Cointreau e vodca, além de hortelã e grapefruit.

Onde: At Nine Cocktail Bar

A cor alaranjada do vendetta martini (23 reais), servido nos balcões do bar-restaurante BottaGallo, no Itaim Bibi, disfarça um ingrediente fundamental para o sucesso da mistura: o manjericão-roxo. Junto a 50 mililitros de vodca, aperol e suco de grapefruit, a folhinha garante a refrescância do coquetel.

Onde: BottaGallo

Clássicos revisitados

A grande onda do Lab Club, no Baixo Augusta, é o bar molecular comandado pelo mixologista Willian Vieira. Sua brincadeira vai desde bebidas para tomar de colher até o uso de técnicas de alta gastronomia. “A presença de uma margarita é indispensável em uma boa carta de coquetéis, mas lhe dei uma roupagem diferente”, explica Vieira. A solução encontrada para modernizar o clássico foi incluir na receita esferas de caviar e curaçau blue (31 reais).

Onde: Lab Club

Não há quem abra a carta de drinques assinada por Rafael Peres, do restaurante japonês Toro, e não se impressione com o wassabi martini (19 reais), uma das sugestões. “Os clientes temem um pouco o sabor forte do ingrediente, mas acabam gostando”, conta Peres. A mistura leva ainda saquê, vermute seco dry, licor de kiwi e pedacinhos da fruta.

Onde: Toro

A caipiwine (25 reais) é a aposta para o verão do Divine Wine Bar, que ocupa um charmoso espaço subterrâneo nos Jardins. “Entre as novidades, já é a bebida mais vendida”, afirma o proprietário, Ricardo Melo. Além da receita, que inclui uvas crimson, manjericão e vinho branco, o bar lançou uma mistura com caramelo, laranja e vinho do Porto, que foi batizada com o nome da casa (23 reais).

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Onde: Divine Wine Bar

Além da imaginação

O ringo chai (20 reais), da Itigo Sake House, na Alameda Lorena, mescla leite de soja sabor maçã, saquê, chá-verde de especiarias e gelo. No mesmo endereço é possível provar mais de trinta rótulos da bebida japonesa fermentada de arroz.

Onde: Itigo Sake House

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O breakfast martini (25 reais), do Taberna 474, no Jardim Paulistano, serve uma infusão de chá-preto acompanhada de gim, sucos cítricos e clara de ovo em neve. “Muita gente estranha a presença do último ingrediente, mas a bebida não tem cheiro nem gosto de ovo”, garante o consultor da casa, Marcelo Vasconcellos. A inspiração para a criação veio de um coquetel dos anos 70. “Acrescentei alguns itens e atualizei a receita com técnicas mais modernas.”

Onde: Taberna 474

A velha cuba-libre não é a única opção para uma mistura de refrigerante com álcool. No Anexo SB, o experiente barman Kascão Oliveira assina o horse neck (25 reais), que leva uísque e um gaseificado de gengibre. “Além de saboroso, é afrodisíaco”, afirma ele.

Onde: Anexo SB

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